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quinta-feira, 1 de abril de 2010

quando virá minha morte?

quando virá minha morte?

Que venha a minha Morte como uma força fatal,
e faça da minha dor um suspirar de pássaro,
um sopro que passa rápido.
Esperando, assim, tão calmo, cá estou eu,
sentado em meu sofá, lendo meu surrado jornal
e bebendo o mesmo doce e suave vinho tinto de que tanto gosto.
O gosto das uvas do campo
transformadas em bebida engarrafada é inebriante, tranquilizante.
Com toda a plena certeza,
a bebida produzida a partir das frutas dos cachos pertence aos amantes.
Mas, e a Morte? Perguntas tu, meu interlocutor,
com quem compartilho esses vocábulos
cuspidos e lambidos,
saídos do fundo do pensamento,
no intento mais simples: conversar contigo.
Deixe que ela se atrase, que erre o alvo,
ao menos por enquanto. Até que eu me aborreça dessa vida
e lhe mande um recado dizendo assim:

“Venha, mulher fatal. Venha cumprir sua missão,
Porque eu não tenho mais gosto por esse lugar.
Venha, e traga sua lâmina afiada. Sua fiel companheira.
Venha que meu corpo não suporta mais me carregar.
Depois que consegui tudo que sempre quis,
me tornei um peso para mim mesmo.
Me tornei um....não sei dizer”.

Mas, lhe faço apenas uma exigência: não permita
que meus amores e amigos lamentem minha partida,
pois tudo que fiz nessa vida foi para tentar ser lembrado.
Não lhe dou o direito de fazê-los sofrer.
Desde já agradeço a sua atenção e compreensão.
Atenciosamente: Eu, um vivente.

Penélope S.S.
5/9/07 16:05h

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