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domingo, 4 de abril de 2010

o tempo do amor

o tempo do amor

Levamos um enorme tempo
Para descobrir que amamos.
E, então, quando não passamos mais de tolos
É que temos certeza de que realmente amávamos.

Mas o tempo do amor é incerto.

Ele nos engana, jurando ser para sempre a outra metade.
Ele nos engana, criando em nós uma falsa garantia.
Ele nos faz sentir seguros, por demais seguros.
E, justamente, quando baixamos a guarda
Ele nos tira a outra parte,
E nos furta o equilíbrio,
Nos deixando com todo o tempo restante
Para chorarmos a perda.

Por que nos dá um presente passageiro?
Por que nos oferece uma felicidade temporária?
Por que nos deixa tão mal acostumados, se em tão pouco tempo
Ficaremos a sós novamente?

O tempo do amor, certamente, não é o nosso tempo.
A sua permanência em nós é muito curta e intensa.
E todo o tempo que amamos, por mais que amemos,
Nunca sentimos e dizemos tudo que precisamos.

E não é nossa culpa.
É falha do tempo e do amor que não se combinaram.

Penélope S.S.
14/05/08 16:36

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