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sábado, 4 de março de 2017

Aurora, perdoe Marília

Aurora, perdoe Marília


Suspirei teu ar na primeira hora
da manhã. Quão alegre Aurora
lá fora a nos convidar ao deleite
da vida, prazer e frescor; enfeite

de dia solar. Suspirei, Marília, suspirei
e por hora me basta teu sim,
teu calor, a fresta de tua rosa, em fim.
Para quedar em teu leito, onde morada farei.

Oh frondosa Aurora, perdoai
meu declinar, pois bem sei de tua formosura
porém, Marília me toma por seu olhar e doce alvura.

Oh briosa Aurora, bem sabeis que sois encanto,
bem sabeis. Porém Marília me toma por seus ais
e de pronto me vou seguido seu canto.


Penélope SS

28-2-17   7h:00

Rio seco

Rio seco


Moveu-se a pedra
e as águas cálidas seguiram
por entre as ramas, rio abaixo.
Linda imagem para quem no peito
sustenta o vigor do amor.

A mim, não mais.


Penélope SS

27-2-17   00h:49

Eterno finito

Eterno finito


Ordenai a partida
quão cedo se dê o dia
pois já é feita a soltura
das mãos e aqui jaz
o que um dia se fez eterno.


Penélope SS

27-2-17   00h:30

A penar

A penar


Doravante direi que o mote
do dia se esvaiu feito vento
que se escapa, nuvem de alento
fresco, virginal. Oh! Quão forte

o suspiro das teclas do piano
acariciadas pelo afago
das mãos suaves e de fino trato.
Doravante serei mais pungente, arcadiano

talvez, um Dirceu ou ateu
um sonhador em meio a vastidão
dos outros viventes. Oh! Quão teu

Marília é meu sonhar; lassidão
em que habito, nas longas horas
de minha existência, que a penar vive e chora.


Penélope SS

27-2-17   00h:25

Amor e liberdade

Amor e liberdade


Amar; amei e joguei-me inteira ao sol
Queimei toda minha alma;
não deixei ínfimo canto sem o brilho de Apolo.
Amar; amei e me permiti todo êxtase
da liberdade proporcionada por Eros.

Libertei-me, sim
Libertei-me e aos ventos esfuziantes
entreguei meus cabelos e meus braços,
toda minha vontade.

E aqui, nessa grama onde hora me deito
Relembro teu cheiro, boca e adorável peito

O que dirás de meus devaneios?
O que dirás?
Vontade louca que anseio 
Em novamente sair ao sol
Intensa e vibrante
Cheia de mim; retirante
Errante na cálida estrada
Dos deuses; e seguir sem fim
Sem adeus, nem parada.


Penélope SS

27-2-17   15h:44

Poeminha de gaveta

Poeminha de gaveta


Deixei um belo poema
na gaveta do pensamento.
Guardei-o
para quando avistar tuas retinas
colocá-lo no papel.

Por enquanto
espalho palavras
aos ventos
e rabiscos
nas paredes.


Penélope SS

24-2-17   22h:25

Quadrinha do amor distante

Quadrinha do amor distante


Quão longe esteja quem se gosta
Mais se sente a presença do amado ser
Quão longe vejo tua imagem posta
Mais afirmo a ti meu bem-querer.


Penélope SS

24-2-17   22h:15

Mar e saudade

Mar e saudade


Sentei-me aqui
E avistei o quebrar das ondas
indo e vindo; indo e vindo
Vi no branco da espuma,
tua pele
senti no sal das águas,
teu sabor,
e o vento a trazer e levar teu perfume
enchendo meus pensamentos da
tua imagem.
Sentei-me nas pedras
e esperei tua presença
onde andarás?
Erguestes tuas velas
e fiquei na esperança de teu retorno.
Voltarás à margem de onde partistes?


Penélope SS

24-2-17  21h:57

Quadrinha dos olhos

Quadrinha dos olhos


Tristes olhos meus perdidos nas ruas
Buscando outros olhos teus. Lua
Cheia no caminho de meus pés
A guiar-me a ti (doce cafuné)


Penélope SS

24-2-17   21h:47

Saudade e elefantes

Saudade e elefantes


Usei todos os adjetivos disponíveis
para ornar teus olhos e sorrisos
Busquei tantas melodias
Me fiz até poeta (tolo e pretencioso)
Mas assim mesmo me fiz presente.
Há distância e saudade nas minhas palavras,
assim como no olhar intenso e vago dos elefantes.
Quando cessará tamanho corte?
Quando deixarás de ser meu mote?
Fechei as janelas, assim teu perfume
ficou mais intenso aqui dentro
e meu deleite durou toda a noite.
Há verdade e amor no vagar de meus olhos,
assim como no findar solitário dos elefantes.
Usei tudo que pude
Todas as palavras que conhecia
E ainda agora não sei como dizer
o quanto teu abraço me faz falta.


Penélope SS
24-2-17   21h:29

Terra onde habito

Terra onde habito


Pisei na tua terra
onde tuas pegadas me mostraram
por onde seguir. Saberei eu guiar-me
por tua estrada?
Desviei dos buracos
e caí no improvável
Teus braços
Tentáculos
Cordas firmes a me segurar
Acelerei o máximo que pude
Curvas e retas
Tantas árvores frondosas e morros imponentes
(pedras e vidas dentro de seus espaços)
Pisei na tua terra
Fiz morada e repouso


Penélope SS

24-2-17   21h:14

Pueta e filho

Pueta e filho


Nasci pueta
Nas entranhas de minha mãe
Dona Cícera
No calor fervoroso de Rocha Cavalcante
Nasci nessa terra seca
Onde a vida luta, teima
Em ser vida

Nasci
No mais improvável canto
Parteira de mão cheia
Sangue e suor
Lágrima de minha mãe

Nasci
Pueta e filho de dona Cícera.


Penélope SS

24-2-17  21h:04