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sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Fardo

Fardo

A minha querida amiga Telma (força e fé)


Suportai vosso fardo, e mesmo na eminência
Da desistência, segurai e suportai vosso enfado,
Mantendo erguido vosso peito, mesmo com árduo
Dardo a mirar-te. Suportai, uma vez que clemência

Celeste assertivamente descerá a ti. Haver sofrer
Certo é; todavia, todo calejar a ti servirá
De tijolo à tua construção; alicerçará e tornará
Fortaleza tua inquebrável-baluarte. Padecer,

Arrefecer, esmorecer, desguarnecer: ouvidai tais
Dizeres. Suportai, mesmo que por longa noite;
Suportai o escaldar do sol; a friagem; todos os ais;

Manter-se na vertical, mirando o porvir. Afoite
Teu desejar (ardente e flamejante chama).
Suportai por hora, que nascente dia trará a ti radiante Aurora.


Penélope SS

19-8-16   23h:35

Delírio noturno

Delírio noturno


Senti tanto aperto ao pensar em teus braços
Distantes que ainda agora doi-me o cansaço
Dos olhos por verter tantas lágrimas, mágoas
E crises de soluços intermináveis; tantos ais

Que me alagam; tantas horas de sofrer; o mais
É nada, é chaga aberta que não fecha; ademais,
Findo se faz todas as tentativas vãs de lograr
Êxito em teu regresso; inverso tornou-se lugar

Onde vivo. Onde jaz minhas meias e teu cheiro;
Onde jaz a saudade e a chama do candeeiro;
Senti tanto aperto ao pensar em teu calor

Que tremi, estremeci e delirei tamanho o torpor
Recaído sobre mim. Corri de canto a canto
Clamando dentro da noite teu nome: amor.


Penélope SS

16-9-16  15h:57

Porta aberta

Porta aberta


Vaguei, erroneamente, vaguei,
E eis que em porta tua quedei
Meus chinelos e sacolas
Minhas vontades e saudades

Aceitai-vos


Penélope SS
20-8-16  00h:40


Quadrinha da água

Quadrinha da água


Gota a gota, no suave som do pingo
Eis que me vem à mente o hino
Das nuvens, singelo e fino,
Vagando e soando, noite a dentro, feito sino.


Penélope SS

20-8-16  00h:28

Mozart

Mozart


Haver não há quem mais possa conter
A essência dos céus, do maior Ser.
Quem de tão grandioso dom merecedor seria?
Senão ti imortal sonhador, infinita eugeria.


Penélope SS

29-8-16  00h:24

Leitura dinâmica

Leitura dinâmica  


Ler-te-ei casta impura musa
Lerei tuas indecências e teus arremates de virgem
Lerei tuas sebes, teus labirintos cor de rubi
Embrenhar-me-ei por artérias e todas as inebriantes dermes

Farei de ti obra minha
Decifrando cada ponto recôndito;
Analisando toda ida e vinda
Todo ser e não ser de tuas afirmativas e negações.

Lerei tuas rosas
Teus espinhos afiados e ardentes por meu sangue
Lerei tuas retinas, órbitas de meu céu.
Lerei tuas sílabas, cheias de ais e de nós.

Farei sinfonia
Bachiana harmonia

E findo labor, deitar-me-ei aos teus pés
Grato a ti por lição tão valiosa.

Ler-te do início ao cabo
Decifrar-te do princípio ao fim
É tarefa gloriosa, de fino garbo
Que me proponho sempre, enfim.


Penélope SS

28-8-16  23h:30

Querelas

Querelas


Querelas de meus dias, do nascer ao cair solar
Querelas tantas, incontáveis eras, no buscar
De findas lutas. Querelas, querelas, quantas tantas
Ainda hão de se impor às minhas retinas?

Bem as digo, bem as tenho, bem as anseio

Querelas de meu querer;
Querelas de minha era;
Querelas queridas
Quanto tanto as quero
Que as tenho com infindo esmero.


Penélope SS

20-8-16   00h:11