Sê
só minha ó doce-fruta de meu pomar.
Sê
o pão que me sacia a fome;
a
água que me cessa a sede.
Sê
a calma para minha frenética angústia.
Sê
o conforto para minh’ alma;
o
refresco para meu ardente queimar;
Sê
tu ó musa; sê tu o amainar de minhas
dores;
o
aplacar de meus temores;
Intermitentes
desejos;
ardente
libido que me fere, pulsantemente,
desde
que em ti pus meus olhos.
Desde
que em mim puseste teu cheiro de ninfa;
tua
pele marmórea, nívea feita a neve; ó minha Vênus
de Milo.
Sê
minha e somente minha durante
estas
poucas horas em que estamos tão próximos;
Sê
minha e somente minha durante esta curta existência;
Sê
minha e somente minha, ainda que outrem a desejem;
Sê
minha e somente minha, uma vez que há pressa em mim em possuir-te.
Sê
minha e somente minha, pois é visível, em mim, o desejo de ser teu.
Sê
minha Marília; minha Capitu
Minha
Dulcinea dos prados, eterno azul
De
meu céu; ó querida noiva, véu
Que
a imaginação me fascina; terno-meigo-sorriso
Sê
tu de meus olhos a menina.
Penélope
SS
9-7-12 14h:14