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domingo, 25 de novembro de 2018

O poeta que não desiste


Ao ilustre e genial poeta Vladimir Maiakovski

Saber da morte de Maiakovski foi
um fato de forte impacto nas minhas retinas.
O obscuro de sua partida contrasta com a
vitalidade ígnea de sua expressão
poética e artística.
Um homem convicto de sua trilha e seus ideais.
Maiakovski: o homem que não desiste.
Maiakovski: o poeta a serviço da arte e
toda sua extensão social.

Morreu quem não deveria.
Matou-se o ser e a mente
de pensamentos rápidos
e certeiros.
Perdemos nós a voz e a blusa amarela
que tanto encantou
a Rússia e o Mundo.    
Silêncio no teatro; cerram-se as cortinas.

AdrianoRockSilva
24-11-18 21h25min


domingo, 21 de outubro de 2018

Lua de Penedo


Poema elaborado a partir da canção Lua, do amigo, compositor e cantor Rodrigo Avelino.

Ah Penedo, berço de fina lua
Que ao transbordar luz sua 
Ao viventes fascina, alua,
Nas noites onde teu lumiar reflua.

Lua, lua, queria o poema querer-te nua
Por sobre as águas do Chico, onde flutua
Teu riso noturno e cuidador; de onde eflua
Teus gestos de viço, ardor de amor. Inclua

Em ti, amada lua, meu clamor de poeta e conflua
Nosso desejo, dentro do cintilante arpejo da rua.
No toque da musa que, já distante sinto, por inveja tua,

Percebo abrolhar novo afeto; querer meu que em mim dilua
Toda tua prosa, galante e melindrosa (oh, celeste rosa) e uma
Vez atados, não mais desçamos do estrelado encanto, airosa Lua.
  
AdrianoRockSilva
21-10-18  09h14min

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Elo


A saudade de ti
Infligi em mim
Infinito eco, tal qual
Hiato abismal

AdrianoRockSilva
14-10-18  4h41min

domingo, 30 de setembro de 2018

Encostas flamejantes


Cabelos teus são como laços
Ao prender-me no embaraço
Aromático das noites e nos braços
Calientes dos dias de carnaval.

Rogo a ti para que cedas teu aval
Às súplicas que tanto derramo; clamo
No mais alto de tua montanha, reclamo
E proclamo publicamente o quanto amo

Morrer no êxtase abismal de tua altura.
Atiro-me quantas vezes preciso for na soltura
De teus desejos; nas encostas flamejantes

De tua epiderme. Lanço-me deveras pujante
A cada ordem dada por teu querer lascivo,
Alforriando em ti libidinoso gozo e assertivo.

AdrianoRockSilva
30-09-18  23h50min

Amor de Hera


Quem me dera ouvir novamente
Todos os sons que sabes emitir.
Quem me dera a reprise do elixir
Labial que outrora sucintamente

Deitasse em meu ser. O querer
É sempre impulsionador; faz crer
O que não mais cria; faz reviver
O que não renascia. E o ser

Buscado, divino e sublime se torna,
Uma vez que o amor alheio o orna,
Como a uma sacra imagem; miragem

No deserto; gota oceânica na margem
Seca de um sertão árido. Quem me dera
A mim tua doce voz dizendo sim, deusa Hera.

AdrianoRockSilva
30-09-18  23h22min

Dulcinéia de Toboso


Homenagem ao imortal Dom Quixote e sua amada Dulcinéia

O que há de saudade em tua imagem
que o cair do dia me traz? O sopro das
últimas horas me faz relembrar a timidez
inicial dentro das retinas; o gélido das mãos;
o mais do sentir; o mais...
O que há de teu que traga minh’alma e desnorteia
meu Norte? Labirinto curvilíneo onde farei morada
no mais extremo vigor de Vênus.
Oh! Nascida de Afrodite, dizeis e cantais tuas trovas,
assim como fizestes a Ulisses;
tragai-me! Tragai-me
ao teu profundo oceano.
O que há de ser quando não mais respirares
dentro de meus braços?
Oh! Saudade, levai-me, levai-me
até onde haja apenas
o som do silencioso suspiro de minha doce Dulcinéia de Toboso.

AdrianoRockSilva
22-09-18 23h08min 

domingo, 16 de setembro de 2018

Versos de domingo


Deitaram-se as estrelas cintilantes
num repouso silencioso,
para que o riso solar abrisse seus braços
nos convidando a sentir seu calor vital.

AdrianoRockSilva
16-09-18  06h07min

Queimando


Quando os acordes da alvorada raiarem
No firmamento, será tempo de ouvir o que
A luminosidade cintilante ecoa há tempos
E tempos. Ergamos nossas mãos e dobremos

Nossos joelhos, quando o retinir do sino celestial
Dobrar a nossa procura. Quando a voz emergir
Cantando e espalhando as boas novas, será tempo

De limparmos nossos ouvidos e mentes. Ao longe,
Ao longe, ao mais dentro de nossa alma queimará
Toda perfídia, abrasando dentro do sonho purificador.

AdrianoRockSilva
16-09-18  00h00min

O ser e a tela


Teima o ser em não aceitar o traçado das linhas
Em suas calejadas mãos. E todos os caminhos
Desaguam na saída mais íngreme. Morro acima
E força nas mãos, pois a subida é teste de vida.

Teima o ser em pintar sobre telas suas cores
Cinzentas e num dia de chuva atira todas as
Impressões sobre o tecido esticado. Camadas
Infinitas de espinhos e rosas; aromas e odores

Ali, diante do atento olhar de quem o espiona.
Ouve-se o cantar das aves, anunciando o cessar
Das águas celestiais; eis que uma fresta do próprio

Apolo clareia e aquece a face da musa representada
Na tela. Dilata-se o riso antes contido; expandem-se
Os olhares; e o ser cede a sede do sabor que o excede.

AdrianoRockSilva
15-09-18 22h36min

Doces braços de vó


Homenagem a minha amada bisavó

A forma do poema disforma o pensamento,
Limitando todas as possibilidades de expansão.
Deitemos a pena e os neurônios malfadados
Na esteira de palha espalhada no chão

Frio de uma casa de taipa. Ainda ouço o
Dizer de minha bisavó e toda sua sapiência.
Bons tempos são sempre os pretéritos; aromas
De carinho e cuscuz à mesa. Ainda ouço o

Falatório de tios e primos e os animais ao
Redor da casa grande. O som da água fria
Tocando o chão do terreiro; a poeira levantando

E entrando por nossas narinas primaveris.
Bons tempos são os pretéritos... bons e só.
Bons dias e boas tardes nos doces braços de vó.

AdrianoRockSilva
15-09-18  21h:32min

O brado da independência


O poeta não é um mandador de recados.
O que lhe vem na telha é dito sem nó
E sem atados. Ele mesmo é seu código,
Seu alfabeto e seu signo. Ademais, que

Façam seus julgamentos e conclusões.
O poeta não se baseia no pensamento
Alheio; que lhe reneguem e o atirem
Ao ostracismo midiático. Por hora

O poeta se refestela apenas com sua
Tinta digital e seu papel made in Microsoft.
Viver nos dias atuais é como atuar, fazer

Parte de uma tragédia sem roteiro; uma
Película sem Almodóvar; um divã sem
Freud. Ah, poeta, branda teu brado sem eco.

AdrianoRockSilva
09-09-18   22h:37min


Prosa e Poesia


A poesia lisa, desliza escorregadia e solta
Nas areias da ampulheta cósmica; noutra
Face corre a toque de linhas e frases a prosa
Densa e rosa, feito trem no horário; itinerário

Lotado de pernas e braços e cabelos às mechas
Ou embaraços capilares. E assim, a vida
Escorre pelas vias e avenidas citadinas,
Tropeçando a cada semáforo intermitente.

Poesia e prosa são como irmãs que mesmo
Unidas por laços sanguíneos, divergem
Cotidianamente, como o raiar do sol,

Lutando para não deitar-se ao final do dia.
Tão belas quanto díspares; desejo-as
Sempre formosas e belas: prosa e poesia.

AdrianoRockSilva
09-09-18  22h:53min  

quarta-feira, 25 de julho de 2018

Escritor


Homenagem a todos e todas que escrevem
Em especial a Edgar Alan Poe

Aquele que para e observa,
e na esquina turva da humanidade enxerga
as nuances recônditas do enigma vital;
aquele que mira silenciosamente o abismal

cotidiano dos seus pares; o ir e vir
corriqueiro e sem pressa; o sobrevir
das agruras após a exaustão laboral,
bem como a fé cega mantida no porvir.

Aquele que bem sabe manejar
a Última Flor do Lácio e assim almejar
ter o nome exaltado, aos gritos e gritos

De glória imortal, como Aquiles e Heitor.
Mas aquele que observa o passar da dor
alheia não vê em si o padecer de ser escritor.  

AdrianoRockSilva
25-07-18 21h:53


sábado, 30 de junho de 2018

Talvez


Talvez não chegue a tempo
de salvar o universo,
mas o instante em que o riso
surgi no azul dourado dos teus lábios,
esse eu quero preservar.
Talvez o tempo corra mais apressadamente
com o passar dos anos e das primaveras,
contudo o doce da tua pele
exalando o aroma de Eros,
nas tardes primaveris,
correndo pelos prados e flores,
com a benção e a permissão de Flora,
ei de manter comigo.
Talvez nem o talvez seja certo
Talvez a volta para casa seja dolorosa
Mas trarei tua essência e teu carinho
E os manterei intactos em minha caixa
Hermeticamente fechada.
Talvez, e somente talvez.
  
AdrianoRockSilva
04-06-18   20h:52min 

segunda-feira, 18 de junho de 2018

Magdala é feita


Findei a tarefa que me propus realizar.
Finito o labor e a labuta.
Mas findo é o penar e não a luta.
Finda é obra feita; tacanha, diminuta.
Findei o fruto de meu pensar
Nas tardes e noites a penar e penar
E a prensar pensamentos mil.
Jogo-te aos leões, obra minha;
Rogando a Vênus teu amparo
De musa e de madrinha.
  
AdrianoRockSilva
18-06-18  19h31min


O manto de Thanatos


Nasce o dia e o poema e ambos
se desfalecem ao cair da noite.
Nasce a vida e a riso e ambos
se esvaem quando a penumbra de
Thanatos os cobre com seu manto fúnebre.

Viver não é passar o tempo.
É preciso sapiência
para desfrutar do presente
de Chronos.
  
AdrianoRockSilva
18-06-18  19h06min

O cansaço de Mozart


Não deixo Mozart em paz.
Todos os dias o obrigo a executar
suas peças, sonatas e coletâneas,
até sua total extenuação.
Deus me livre de ser imortal
ao ponto de declamar meus poemas
pela eternidade.
Deus me livre.

AdrianoRockSilva
18-06-18  18h05mim

A fome



O desejar eu não sei,
mas a fome de ti que em mim
fez morada conheço muito bem.
Sabor de um prato que ainda não desfrutei.
Ainda...

AdrianoRockSilva
18-06-18  17h56min


Mistérios de Magdala


A escrita de Maiakovski
me cansa as retinas
ao ponto de preferir
Madalena e seus mistérios.

AdrianoRockSilva
18-06-18  17h50min

Poesia tipo Pessoa


Quem é o poeta,
senão um outro que de outro apodera-se,
na tentativa vã de suprir
a falta que um outro lhe faz.
O palheiro é mais descomplicado
que a alma humana.
  
AdrianoRockSilva
18-06-18  17h:45min

segunda-feira, 4 de junho de 2018

Ode ao Regresso


Daí nos perguntamos
E refletimos sobre a burrice
Nossa de cada dia: mais vale
O silêncio da elite soando vigarice 
Ou a asnice do povo aturando um vice?
  
AdrianoRockSilva
04-06-18  21h:08min

Manias de um poeta


Que nos falte tudo ou quase;
Que tire o salário ou a data-base.
Contanto que mantenha viva a fé,
O palito no canto da boca e o café.

AdrianoRockSilva
04-06-18   19h:20

domingo, 3 de junho de 2018

Poema afago


Pequeno poema que findo
Na acanhada noite que indo
Se esvai como um doce
Afago teu em mim.
  
AdrianoRockSilva
03-06-18 00h:31min

A mordida de Moby Dick


Deitei todas a dores no frio
de uma gélida noite e despertei
com todas as pupilas dilatadas.
Onde está a Ode que me prometestes?
Fingi acreditar que o marulhar das ondas
seria suficiente para fechar todas as cicatrizes.

Quem sabe um Soneto...
Uma estrofe ou uma rima rica...

A necessidade de ti
me faz manter o Norte,
dentro desse oceano repleto de Moby Dick.
Uma mórbida e incipiente vontade de
deitar fora essa âncora que me sustenta,
apenas para medir o quão profundo
és tu ó mar de meus desterros.

Levai-me ó mar
Lavai-me ó mar

E que assim finde todas as intempéries.
Adormeço no aguardo da tua resposta.
  
AdrianoRockSilva
03-06-18   00h:13min   



Insuficiente


Lacrimejam as rosas
ao sabor do sopro de outono,
enquanto das janelas
ouve-se o cantar vibrante das aves.
Deitei minha pena
e passei a aguardar o cair das folhas,
enquanto a certeza da tua migração
afagava minha angústia.

Nunca é suficiente
Nunca o é
Nunca.

Veja o brilho que cai do firmamento
Ouça o soar constante e inebriante
ecoando dentro do que sentimos.

Nunca é suficiente
Nunca o é
Nunca.

Amar é um passo que se dá o escuro.

AdrianoRockSilva
02-06-18   23h:43min 

Atirei, amada Lília


Com carinho ao poeta Maiakovski

Atirei, Lília. Efetuei todos os disparos possíveis,
contudo, o amor ou a divina providência,
não permitiu que extinguisse meus dias.
Atirei, Lília, atirei.
Como posso eu, nessas manhãs cinzentas de julho,
respirar o aroma das ruas
sem o sabor da tua presença?
Atirei, Lília, atirei.
Ser poeta apenas, não basta.
É preciso morrer pelos braços hiperbólicos
da poesia ou ser salvo
por tua ligação dizendo “espere por mim”.
Atirei, Lília amada, atirei.
E confesso arrepender-me
de não tê-lo feito antes.

AdrianoRockSilva
28-05-18   08h:52min

domingo, 27 de maio de 2018

Rima da coruja


De tudo faço rima
Até com a obra-prima
Que me custou quase nada.
Pudera, obra alienada
Fora de esquadro, feito
Jarro torto, malfeito, refeito
E sem jeito de ficar perfeito.

Faço rima limpa e suja
Até com minha obra cuja
Feitura do primor fuja,
Caindo na feiura da coruja.
  
AdrianoRockSilva
27-05-18   01h:08min


Memórias sobre Lêdo Ivo


Em minha terra apenas uma memória
poética me assombra e me cerca
com suas afirmações
e seus enigmas ao meio-dia.
Encho meus pulmões
ao falar do Poeta maior:
Lêdo Ivo.
  
AdrianoRockSilva
27-05-18  00h:50min

Poeta mentiroso


Nunca fui poeta
Se o disse, menti.
E confesso nunca ter sido original.
Um poeta nada mais é que um apanhador
de emoções alheias.
Onde está a originalidade nisso?

Nunca poeta fui.
Ao passo que
A cada passo
A poesia em mim dilui,
Diminui.
  
AdrianoRockSilva
27-05-18  00h:44mim

Todo poeta é um idiota convicto


É fácil ser poeta nos dias atuais;
basta um http// e alguns milhões de seguidores
curtindo todas as cuspidas e escarradas
internéticas produzidas diariamente,
como se alimentasse um monstro
cada vez mais sombrio e faminto.
É facílimo ser poeta.
Difícil é carregar o fardo homérico
por entre todos os séculos.
Triste sina dos imortais:
por mais que desejem o descanso eterno,
a morte insiste em deixar suas memórias
vagando neste mundo fora de eixo.
  
AdrianoRockSilva
27-05-18

Nada absoluto


No instante da criação
Apenas a pena e a imagem;
E o tormento lascivo e pungente.
Repetitivamente o artista insiste
Na cores e dores em suas mãos.
Van Gogh tinha razão:
Minha orelha por uma eternidade.
  
AdrianoRockSilva
27-05-18  00h:19

sábado, 26 de maio de 2018

Felicidade, a tríade da tormenta


Felicidade é insatisfação
constante, perene.
Um buscar permanente e incessantemente
desenfreado
pelo que se não possui.
É angústia aflitiva que não finda.
Querer ou não querer?
Eis a questão.
Arrefecer a alma com o que se já tem
ou apetecer mais e mais, 
na medida infinita de Cronos?
O bastar não nos serve,
uma vez que trazemos intrínseca 
a força pungente
da tríade de Afrodite.

Felicidade é tolice que nos alegra
os dias e nos tormenta às noites.

AdrianoRockSilva
26-05-18  06h:26

Direção ofensiva


Só os idiotas param na curva.
Assim dizia o poeta
que derrapou nas idas e vindas
de uma estrada chamada Vênus.
  
AdrianoRockSilva
24-05-18  9h00


Utopia


O lugar nenhum onde o desejo
almeja o ápice do não erro.
O paradoxo humano que
extermina sua própria carne
na tentativa vã e idiota
de purificação da raça.
Toda utopia é cega e insustentável.
Inclusive a poética.
De resto, só o lamento
em pertencer ao mesmo gênero
sujo e genocida.
Humanus est.

AdrianoRockSilva
24-05-18   08h36

O bigode de Nietzsche


Minha arte é um pêndulo caduco
e manco. Variando quase sempre
nas medidas e nas horas.
Minha arte está mais para o bigode
simétrico de Nietzsche
do que para o charuto pensante de Freud.
A única certeza é a morte
ou a vida no horizontal.

AdrianoRockSilva
23-05-18 08h:21

sábado, 12 de maio de 2018

Perdi-me


Perdi-me;
e o fazê-lo avistei toda amplitude
contida dentro do que sou.
Então me perder foi a melhor saída
possível dentro do caos uterino
que devastava minh’alma;

Tola risonha que ao buscar
cada vez mais se afasta;
Eu, uma criação fantasiosa
cheia de poeira estelar e aroma de Vênus,
vagando pelos devaneios de Clarice
e todos os outros desbravadores da alma.

Eu, uma equilibrista nas palavras
de Pessoa e Shakespeare,
sem equilíbrio algum para discernir
entre o raiar e o anoitecer.
Eu, nas palavras do poeta,
uma Montanha Alta
com medo de olhar para baixo.

Perdi-me
dentro do recôndito e lá casulo fiz.
  
AdrianoRockSilva
11-05-18  23h:57   

sexta-feira, 11 de maio de 2018

Saudade é assim mesmo


Saudade tem nome teu
feito rede sozinha
na varanda à tardinha.
É taça sem par numa imensa
mesa posta pra um.

Saudade do que se não tem por perto
num dia lacrimoso e cinzento;
Deixemos as intermitências de lado e
matemos a saudade
dentro de um afago,
um chamego aquecido
pelo calor da tua chegada.

Saudade é assim mesmo.

AdrianoRockSilva
11-05-18  23h:22

domingo, 22 de abril de 2018

The Ripper


Todas vielas são inviáveis
Quando Jack está à espreita, então
Mantenha sua garganta e entranhas
Resguardadas, pois o sereno londrino
Não revela quando a lâmina cirúrgica
De Mary Pearcey
Voltará a percorrer nosso âmago.
  
AdrianoRockSilva
22-04-18  20h:34    

Solidariearte


Produzido especialmente para o projeto educacional Solidariearte, em parceria com a artista fotógrafa Jennifer Yamashita
  
O solidário avança na vida
na dança, na arte.
Estender e entender ao próximo faz parte.
Solidarize-se em casa, na escola
nas ruas... em toda parte.
Fortaleça a corrente,
Pulso firme, vamo em frente;
Solidário é firmeza
Solidariearte.
  
AdrianoRockSilva
22/04/18  05h:51

terça-feira, 17 de abril de 2018

A cobrança do Olimpo


O atalho mais seguro é como
Uma benção dos deuses; estejamos
Certos de que o Olimpo nunca se esquece
De vir buscar seu sacrifício.

Assim foi com Aquiles e sua imortalidade.

Sábio Odisseu que com uma mente
Estratégica e mortal, soube retornar
Ao amado lar.
Penélope SS
17-04-18  23h:32mim

Álgido impiedoso


Senti um frio diverso dos demais.
Seria tua ausência, ou minha saudade?
Cobri-me por inteiro,
Todavia o calor inverso era interno,
Era a tal ponto gélido que ao suspirar
Teu nome, converti-o em palavra.
Penélope SS
17-04-18  23h:40

Go home


Às vezes, fechamos nosso olhos
E desejamos somente nosso lar;
Onde nos sentimos seguros. Mas
E quando não se há portas ou trilhos?

Quando uma casa é onde estamos?
Deitamos nossa cabeça no frio solitário
Do esquecimento urbano; nossa equidade
Fora esquecida ou trocada pela futilidade

Dos dias velozes? Nosso sonho de liberdade
Substituído por mais do mesmo; insanidade
Humana que no contra senso de si mesma

Avança a passos largos rumo ao abismo
Caótico cavado por suas mãos tresloucadas;
Em tempos turvos, minha sobriedade é meu lar.
Penélope SS
17-04-18  23h:24mim

quinta-feira, 12 de abril de 2018

Mordível


Me esforcei na medida do impossível
Na tentativa vã de esquivar-me do invisível
Do que em ti, feito ímã, atraía-me, fusível
Prestes a disparar. E, eu, de toda passível

Me atirei no teu mar; oceano indivisível
De sal, suor e calor; chama viva, tangível
E amável. Me fui... me fui... naveguei. Nível
Acima; desejo claramente disponível.

Enquanto pude, resisti. Tolamente sofrível
Cedi e, nas águas de Netuno, apetecível
E incontroladamente unimo-nos; indizível

Aqui nosso êxtase e nosso enlace; fruível
Seja nosso prazer sob a brisa aprazível
E as bênçãos, na medida do possível.

Penélope SS
09-04-18   22h:26           

Lágrimas dos deuses


Cada gota que pinga nesse dia cinza
Me faz inundar o âmago de banzo. Cada
Pingo que desliza calmamente sobre
Mim, transpassa muito mais que minha

Pele. Sou apropriada e me aproprio
Das lágrimas dos deuses.

Nada mais tenho a dizer.

Penélope SS
12-04-18  21h:12

Minha arma


Apenas uma caneta em minhas
Mãos e me faço ouvido por toda
A humanidade.

Penélope SS
12-04-18  21h:15

Céu claro



Corria aos prantos pelos prados e
Campos, às pressas com suas dores,
Até que ao longe disseram seu nome
E todas as nuvens se dissiparam.

Era o Amor.

Penélope SS
12-04-18

Afloração



Quando quis fugir
Não mais havia evasão;
Tentativa vã de emergir
Do laço firme do coração...

E assim nascera atração
Pulsante, doce afloração.

Penélope SS
12-04-18  21h:30

segunda-feira, 9 de abril de 2018

Calor


Algo difere em minha alma
Como se pulsos intensos me
Tomassem por inteira, sem
Nada restar de minhas forças.

Algo difere em minha pele
Que somente na tua presença
Me arrefeço e adormeço. Algo
De único move-se em meu eu;

Algo do teu espírito que ficou...
Me sinto inteira dentro dessa
Diversidade de sensações.

Aqui, dentro desse silêncio, algo
Mexe e remexe em minhas entranhas
Me alertando da volta do seu calor.

Penélope SS
09-04-18   20h:58