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sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Poema Brasília

Poema Brasília


Oposição
Situação
Delação
Informação
Mensalão
Petrolão
Eleição
Acordão

Todos os ão do mundo estão em Brasília.
Conchavos e intrigas;
amigos ontem, hoje mortais brigas
nos corredores e púlpitos do Planalto.
Nomeações e cuecas abarrotadas;
Olho gordo nos cargos e atenção nas pedaladas.

Julguemos uns aos outros
até que não sobre viv’alma para nos fazer uma nova revelação;
Julguemos todos e atiremos
à fogueira todas as bruxas e feiticeiros;

Sejamos juízes e executores

Triste Brasília de fedentina atmosférica e atemporal
Limpai vossos corredores;
Execrai vossos demônios e mandatários;    

Ora pois! Culpado sois Cabral
Por pousar, erroneamente, aqui tuas naus.

Ora pois! Aqui se plantando tudo dá:
principalmente erva-daninha.


Penélope SS

13-8-16  21h:36

Cama para dois (poema retorno)

Cama para dois (poema retorno)


Ah! Poesia, voltei a ti
Como um filho à mãe
Como amante à amada

Voltei aos braços teus,
feito louco saudoso de teus afagos e carinhos.
Aninho-me novamente em teu colo de musa.
Casta Vênus de minhas noites;
bálsamo de minhas agruras;
amarguras tantas que encontrei
pela longa estadia distante de teus olhos e olhares.

Eis-me aqui, Musa.
Eis-me ao teu dispor e ao impor de tuas vontades
Eis-me às tuas palavras

Desejoso como Romeu,
ao vislumbrar tamanha beleza de Julieta,
assim estava meu ser por tuas canções e calores;

Como houvera tanto tempo
passar sem que ao teu deleite retornasse?
Como houvera tantos dias e noites se intercalarem
sem que ao teu monte-de-vênus escalasse,
na busca primeira do teu sabor e frescor?

Ah! Poesia,
A ti voltei
Doce luz de minhas retinas
Aromático toque de jardim floral

Eis-me aqui em tua presença
Eis-me aqui em tua cama, poeticamente preparada para nosso enlace.
Eis-me teu servo, casta musa
Eis-me.


Penélope SS

13-8-16   21h:09

Recortei-me

Recortei-me


Recortei-me em várias, inúmeras de mim
Sobre parede limpa. Camuflei minhas intenções
Em tons diversos: me fiz camaleoa, cheia de
Outras tantas, um Pessoa de meu tempo.

Recortei-me,
Desfiz-me,
Na tentativa de unir-me
Ao que tenho de mais meu:
Cores, lente, tempo, universalidade.


Penélope SS

2-7-16  02h:38

Ato solo

Ato solo


Atua o ator no palco imenso e vazio de outro,
Assim como o poeta o faz em folha limpa
Criando suas máscaras com alegrias e lágrimas
Com fervor e parcimônia, ambos se desgastam

Na tentativa vã de agradar a plateia
Faminta por emoções e tragédias
Filhos de Homero, órfãos, todos
Cabisbaixos, aguardando atuação

Convincente, enquanto o monólogo
Do palco, assim como o da folha
Segue seu ritual solitário, tecendo

Impropérios e verdades absolutas
Acerca dos mitos cotidianos. Tolos
Atores atuando em Ato solo.


Penélope SS

2-7-16  2h:13

Folhagem

Folhagem

A Jennifer Yamashita

Olhai-vos a lente que reluz através das mechas e folhas
Dia a mais que teima em chegar; em vida minha,
Existência de ser, estar e continuar sendo: universalmente pueril;
A cada ir e vir, por todos os prados,
todas as matérias que ainda hão de se formar em mim.
A cada gota celestial que ainda há de escoar em folhagens similares;
A cada flash na captura do simplório e exato;

Olhai-vos todos.
Pois ainda de pé estou.
Caminhante por entre concretos e flores.
Vivente na teimosia dos dias turvos.

Olhai-vos...

Folhagem e suspiros
Inseparavelmente me fiz e continuo sendo Montanha
Inconsequentemente em minha Altura
Tornei-me portal
Onde vislumbro o por vir

Olhai-vos todos

Aqui jaz o que Sou e Ei de Ser
Impreterivelmente Folhagem Alta Montanhosa.


Penélope SS

2-7-16   01h:34