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domingo, 4 de abril de 2010

à musa dos versos

à musa dos versos

Não te quero, oh Musa ingrata!
Afasta-te de mim, afasta. Desata
esse enlace que entre nós a noite pôs.
Deixai vir o sol, astro-rei, sobre nós dois.

Que brilhe o brilho do novo dia
queimando em nós com forte porfia.
Que Apolo te resgate levando-te ao Parnaso,
e lá terás ventura, viverás em lindo paço.

Não que não te deseje mais, uma vez que és bela.
Mas, negando teus versos, condena-me a mazela
de sempre rogar-te sem resposta aos pedidos.

Contudo, hermosa, se me abrires uma janela
e por ela passarem mil versos, te prometo, esperas,
mais que Apolo, te serei escravo rendido.

Penélope S.S.
12-1-9 01:40

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