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sábado, 29 de novembro de 2014

O saber ir (trajeto de min’alma)

O saber ir (trajeto de min’alma)

A alguém especialmente distante


Saber que o ir é certo e incerta a dor latente em nós,
aguda e funda e intensamente latejante.

Que dirão os anjos quando me virem?
Que palavras serão cantadas em memória de mim?

Saber que finito esse viver
e certo o porvir dos céus.
Mas e obrigatoriamente
o saber doar-se e o brotar-se
por entre as mentes e corações.

O saber inserir-se
O saber permanecer internamente
em outrem
que em nós
uma vez concedida a estadia,
acolhido o afago,
morada fizemo-nos.

Deixar ir e manter-se perto.
Alegre contraste de antíteses humanas
e alegoricamente metafísicas.
Sejam nossos olhos as vozes;
o elo com os amores mudos
e as palavras ao redor,
nessa incontável sala feita de livros
e vocábulos que ao penetrar em mim,
tornam-se e tornam-me eu.

Saber querer o conforto do abraçar
o mais íntimo de quem se ama
e desejar ficar quedar aqui no recinto amado
por um tempo mais que estelar;
eternidades cósmicas e camadas e camadas
de pura vida, pós-vida e pós-lágrimas
e findar-se ao fim do dia.

Jaz meu eu no dia mais ENSOLARADO
e o lago largo dos risos será de mim percurso;
trajeto de min’alma.

Penélope SS
28-11-14  00h:24      




Universo em ti

Universo em ti


Intensamente miramos o distante,
como se nada agora fora mais importante.
Inconscientemente aceitamos que o Sol nos deixe por hoje,
como se o próprio caminhar dos astros
fosse suficiente para aplacar o universo
de angústias que trazemos em nós.
Inconsequentemente permitimos o largar das dores
em algum canto recôndito e estelar,
como se quiséssemos extirpar nosso sofrer
e deitarmos aqui mesmo no piso frio
e acolhedor do que chamamos lar.

Chegue-se até mim vagarosamente;
Permita-me aquecer meu eu em tua alma,
a cada lágrima que eu derramar;
Acalme-me os suspiros arrítmicos
que me sacodem internamente;

Feche todas as saídas...

Hoje somos nosso próprio universo
E desejo-te mais luminosa do que a própria galáxia.

Penélope SS

25-11-14 00h:24 

Enigmática Monalisa a mirar-me

Enigmática Monalisa a mirar-me


Mesmo estático, move-se o belo e enigmático sorriso.
E o contrastar dos intensos lábios com a suave-ingênua
doçura dos alvos dentes, faz de ti musa minha;
Monalisa de minha arte;
Parede onde fixo tua pintura.
Deixai cair sobre tuas retinas
as finas madeixas que recobrem tua imagem;

Ai de mim que fixamente miro-te e,
ao flertar com a imensidão luminosa de teus olhos,
vejo-me tão distante de onde piso que suspiro e
aspiro meus próprios pensamentos,
tentativa vã de me transportar para dentro de tua imagem.

Sabes bem que em ti cabem todas as forças
e toda poeira infinitamente angelical.

Como pode o estático mover-se
tanto diante de meus oculares globos?
Como podem as pedras se moverem
tão singela e vagarosamente sobre os campos?
Como pode tu, ser-de-luz, irradiar tamanho brilho
a ponto de querer saltar de onde estás?

O fascínio da arte consiste em:
Tornar vivo o imóvel;
Tornar próximo o distante;
Tornar vivo o inerte;
Tornar um o dois.

Penélope SS

25-11-14  00:06 

O repouso do anjo

O repouso do anjo


Dorme, dorme o anjo das alturas.

Dorme e sonha;
Dorme e descansa seus olhos,
enquanto nós o velamos;
Dorme e poupa suas energias
para a grande batalha que se aproxima;
Dorme e imagina seus pensamentos
e cabelos livres das rédeas humanas;

Dorme e suspira,
enquanto nós vigiamos seus suspiros.

Dorme, dorme o anjo das alturas.

Dorme e sonha com lindas flores
e perfumes campais;
Dorme enquanto afago-te as madeixas escuras;
dorme e, enquanto dorme,
longe vai suas dores e angústias diárias;
dorme enquanto que do Olimpo miram-te os deuses,
invejando-te a capacidade de ser tão humana e celestial.
O sono forte se faz,
e com ele o desejo de ver-te anjo
mais uma noite em paz.


Penélope SS

20-11-14  22h: 10

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Verbalizar-te-ei

Verbalizar-te-ei


Deitar-me-ei aqui
E suportarei sua ausência por hoje.
Aquecer-me-ei com tua falta
E degustarei lembranças de outrora.
E dessa forma vivo meus dias...

Penélope SS

10-11-14  01h:27

Levante-se, arrume-se e caminhe para fora do meu coração

Levante-se, arrume-se e caminhe para fora do meu coração


A ti


Do lado de cá é bem melhor,
pois tenho todos os sorrisos de que preciso.
O que, por muito tempo
me faltou em você, a quem tanto me dediquei.

Do lado de cá é que me sinto viva,
pois os abraços são mais sinceros
e as alegrias são primaveris.
O que, por inúmeras vezes, acreditei haver em ti.

Gritaste alto demais e em demasia me feriste

Agora, eu quem decido meu caminho
e as entradas e saídas da minha estrada.
Levante-se, arrume-se e
caminhe para fora do meu coração.

As trombetas agitam-se ao longe
e a vibrante voz se inflama
dentro de minhas entranhas.

Agora eu quem decido meu caminho
e as entradas e saídas da minha estrada.
Levante-se, arrume-se e
caminhe para fora do meu coração.

Ainda consigo enxergar as estrelas
e todo o brilho que elas apresentam
e talvez seja isso que nos diferencie agora...

Ainda consigo sentir a brisa e os trovões
e todas as transformações dentro de mim
e mesmo correndo em direções opostas
posso afirmar que prefiro
lançar-me ao inesperado sozinha do que ao seu lado...

Agora eu quem decido meu caminho
e as entradas e saídas da minha estrada.
Levante-se, arrume-se e
caminhe para fora do meu coração.

Penélope SS

10-11-14   00h:52

E você Alice? Ou apenas meus devaneios?

E você Alice? Ou apenas meus devaneios?


A ti que tanto estimo


Não sei se caí
ou me disseram apenas para seguir em frente
e segui sem questionar
se o lugar para onde me mandaram
era o paraíso que tanto queria.

Aqui, não me sinto bem:
Queima-me a pele
como se em fogo convertido todo meu corpo estivesse;
Arde-me o desejo de voltar ao lugar tranquilo e calmo, feito ventre materno;
Sinto-me cansada e demasiada ofegante com tamanha cinza nuvem.

Então, meu desejar se intensifica, mais e mais...
Então, meu ansiar se inflama dentro de mim...

Leve-me ao lugar onde os anjos possam voar;
Leve-me, anjo meu, ao mais alto dos Olimpos;

Leve-me...

Pois é o que meus olhos tanto almejam.

Não sei se caí
ou por descuido dos deuses vim parar aqui
Não sei de quem a culpa é
Apenas queimo... Ígnea dor em meu ser aflige
Dia após dia... Noite dentro de cada densa noite.
 
E assim caminho,
Sem as asas de antes
Sem a temperatura correta

Fôlego ofegante...
Paraíso meu...
Mostrai-me tua porta
Alice de meus sonhos
Tão e tão e tão distante.

Penélope SS

10-11-14  00h:11

Grandioso grão

Grandioso grão

A ti novamente

Não é o caminho, e sim o percurso que você faz nele;
São as pegadas que deixas por onde passas;
São os sorrisos que arrancas espontaneamente.
Grandiosos serão teus feitos se forem sinceros.

Não é a premiação, e sim as lágrimas da tua conquista;
É o labor diário, tentando, lutando, errando, acertando;
É a dedicação inabalável que te faz subir ao palco e ouvir os aplausos.
Gloriosos serão teus dias se forem verdadeiros.

Não é pelo dinheiro, e sim os abraços dos que te cercam;
São os gestos imperceptíveis que te fazem tão grandioso
Como uma gota no imenso azul da imensidão humana
Um grão de areia no oceano íntimo e zeloso.

Penélope SS
13-7-14  22h:26


segunda-feira, 3 de novembro de 2014

À procura de ti

À procura de ti


Caiu a noite... e com ela o frio de ser um só.
E tu, doce-flor, andarias por onde?
Corre aquece quem tanto treme na noite gélida
e seguidamente silenciosa.
Apressa-te pois a noite interminável me consome.

Penélope SS

25-10-14  20h:44

Decifrar-te? Atrever-me-não-irei

Decifrar-te? Atrever-me-não-irei

A ti, enigmático ser


Serão teus dentes ou tua face?
Será teu cabelo ou teu sorriso?
Será teu gênio indomável e livre ou teu recôndito coração?
Será tua força verbal ou tua imagem a balançar suavemente nos campos?
Serão tuas tranças ou tua franja inquieta?
Serão teus gritos rebeldes ou tua suavidade com as flores?
Serão tuas marcas das mais vividas e
intensas batalhas ou teu poder de renovação como a Fênix frondosa?

Decifrar-te é por demais tarefa injusta
Decifrar-te é missão dos deuses
Uma vez que de minha parte apenas aos (deuses) agradeço por ceder-nos tão rara joia e radioso ser.

Penélope SS

03-11-14   01h:10

Tua casa, teu lar

Tua casa, teu lar

A ti

Enfim estás em tua morada.
E nós, amores teus, ansiosos estávamos à tua espera.
Enfim és de novo nossa.
E nós, que de ti necessitamos, oh! Anjo de nosso lar,
pedíamos constantemente a volta de teu riso.

Vagar, sair, andar, afastar-se um pouco
ainda permitimos que o faças, mas ir ao longe e deixarmos
na presença de tua falta, mesmo que por motivos maiores,
a proibimos, terminantemente, de tal travessura.

Entrai, e acomodai teu corpo neste que é teu lar.
Entrai, Altas Montanhas, em tua morada
e alegrai-nos com a doce-luz de tuas retinas.


Penélope SS

3-11-14   00h:12

Tropeço inesperado

Tropeço inesperado


Tropecei em ti;
tivesse eu antes desviado meu caminho
para não passar tão perto do que em ti me atraiu.

Tropecei em ti;
antes alongasse mais a estadia
em casa segura e confortável.

Tropecei em ti: fato é.
Mas, o que por demais me alegra,
é erguer-me após dias de escuridão.

Tropeçar é dor intensa e insana
Erguer-se é firmeza certa e renovada vida.

Tropecei em ti.
E mesmo ainda presente em minhas retinas,
tua imagem, a cada segundo infinitamente interminável,
apaga-se, e apaga-se e apaga-se...
Até que apenas a lembrança do tropeço
seja apenas lembrança e não mais dor.


Penélope SS

25-10-14    20h:07 

De cá e de lá

De cá e de lá

À moça do jardim


De cá tem-se o sol intenso
De lá tem-se a lua imensa
De cá tem-se o calor no rosto
De lá tem-se o frio no osso

De cá tem-se as praias
De lá tem-se o campo verde
De cá tem-se o sotaque firme
De lá tem-se a suavidade pueril

De cá tem-se o peso do som
De lá tem-se doçura do dom
De cá tem-se palavras bem ditas
De lá tem-se imagens magnéticas

De cá e de lá
Assim nesse indo e vindo
Como as ondas do mar
Como as folhas no ar

De cá e de lá
Como o balanço a balançar
No jardim da casa da moça
Risonha e feliz.

Penélope SS

11-10-14  20h:59