do tempo e o mar
Tudo que cala clama por sair,
libertar-se, dar voz, se fazer ouvir.
Clama tudo que no silêncio espera
vez, resgate de sons. Nessa quimera
de ilusões, meu corpo se dilacera
na angústia rouca de uma nova era.
E reclama ao tempo que o faz ruir
nesses dias venturosos que estarão por vir.
Tempo nefasto, de crueza tão vil.
Tempo de Fausto, loucuras mil
que devasta certezas tão vastas
como vento que sopra e rugindo arrasta
navios, corações, alicerces e pilares, em teus mares bravios,
nos deixando a reboque, virgem antes tão casta.
Penélope S.S.
5-10-8 2:14
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