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domingo, 4 de abril de 2010

a flor e a rua

a flor e a rua

Ninguém reparou na vida que nascia
do nada, ali na rua deserta e vazia.
Mas a vontade de nascer da flor queimou com porfia
e a trouxe ao asfalto, em plena luz do dia.

As pessoas apressadas passam possuídas
pela pressa do relógio. Não veem ali a vida
que se projeta. Estão atônitas e consumidas
por dias e noites, chegadas e partidas.

Ninguém reparou no milagre de Deus
que se projetou na rua. Seriam ateus
os que não sentiram a vida que ali se deu?

A flor não se esmoreceu, mas sucedeu
que querendo o homem seguir caminho seu
fez dela trilha e a vida que ali jazia disse adeus.

Penélope S.S.
18-1-9 21:32

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