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domingo, 24 de fevereiro de 2013

Pequena vida (A minha sempre amada filha)


A ti, pequena vida, amor maior do mundo
Intenso, vivo; constante, profundo.
A ti, ser luminoso, alegria de dia solar
Quente, brilhante; radiante olhar

Que em mim desfaz tristezas, amarguras,
Menores questões; diárias agruras.
A ti, tudo que já disse e tudo mais
Que direi. A ti, gestos e demais

Maneiras de amar. Infinitos agrados
No intento de te ver alegrar-se e,
Assim, fazer de nuvens-cinza

Céu de brigadeiro; aberto prado.
A ti, pequena vida, e somente a ti
Tudo que é meu: amor e vida.

Penélope SS
22/2/13   15h:00

Dias assim


Em dias de chuva, aconselha-se quietar-se,
Quedar-se em casa, mantendo cama quente
E o amor sempre aposto para se aquecer,
Enquanto o céu desaba nas ruas.

Em dias de sol, aconselha-se sair,
Caminhar sob o asfalto, sentindo o poder
Solar em nossos corpos, enquanto ardemos
Na vontade louca de banharmos mais uma vez.

Em dias assim como este, aconselha-se amar
Inesperadamente, sem pedir nada, repentinamente,
Apenas amar.

Em dias assim como hoje, aconselha-se viver
Inexprimivelmente, sem esperar nada, simplesmente
Apenas viver.

É o que faço. 


Penélope SS
22/2/13   15h:30

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Poesia morta


Atenção a ti que me lê com devoção;
É findo meu destino poético;
É morto e acabado meus rabiscos medíocres.

Atenção a ti que me segue;
Corte caminho, desvie sua atenção,
Pois a mim já me basta o que já fiz.

Atenção aos quatro cantos
Atenção aos leitores insaciáveis;
É morta minha poesia;
É morta minha musa;
É morta minha caneta;
É morta minha obra.

Bocage quis uma lápide grandiosa

Idiota:

Quem morre não tem voz.
Quem morre tem terra na face e lágrimas no féretro.

Penélope SS
12-2-13   14h:11

Tempos obscuros


Em tempos obscuros até sua santidade
abri mão de seus deveres.

Olhem todos para o céu.
Algo de novo e inesperado estar porvir.

Que seja branca a fumaça da esperança.
Olhem para o céu e vigiem seus corações.

Penélope SS
12-2-13  14h:00

Dúvida de um poeta idiota


Pensei ao ver-te: — Que há de mais belo?
Pensei mais um pouco: — Que há de mais divinal?
Pensei e repensei: — Há algo de poético em teu mirar.
Pensei, repensei e decidi: — Prefiro o enigma de tuas retinas a todos os prazeres ofertados.

Penélope SS
16-1-13   19h:12

O dia e a poesia


A poesia é uma menina de olhos verdes
a correr desenfreadamente
pelos campos de nossa mente.

E os anjos dizem amém
a cada sopro de verso vindo de seus lábios.

E o dia, dádiva de quem o vê nascer,
é presente divino quase sempre
renegado a menor valor.

Mas a menina corre e corre.
E permite que o sopro de Éolo embarace suas madeixas.

O dia me deu mais alguns bons momentos
E a poesia me deu alguns versos
Que, mesmo insignificantes aos muitos, me saciam a fome.

Penélope SS
16-1-13   19h:03