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sábado, 30 de junho de 2018

Talvez


Talvez não chegue a tempo
de salvar o universo,
mas o instante em que o riso
surgi no azul dourado dos teus lábios,
esse eu quero preservar.
Talvez o tempo corra mais apressadamente
com o passar dos anos e das primaveras,
contudo o doce da tua pele
exalando o aroma de Eros,
nas tardes primaveris,
correndo pelos prados e flores,
com a benção e a permissão de Flora,
ei de manter comigo.
Talvez nem o talvez seja certo
Talvez a volta para casa seja dolorosa
Mas trarei tua essência e teu carinho
E os manterei intactos em minha caixa
Hermeticamente fechada.
Talvez, e somente talvez.
  
AdrianoRockSilva
04-06-18   20h:52min 

segunda-feira, 18 de junho de 2018

Magdala é feita


Findei a tarefa que me propus realizar.
Finito o labor e a labuta.
Mas findo é o penar e não a luta.
Finda é obra feita; tacanha, diminuta.
Findei o fruto de meu pensar
Nas tardes e noites a penar e penar
E a prensar pensamentos mil.
Jogo-te aos leões, obra minha;
Rogando a Vênus teu amparo
De musa e de madrinha.
  
AdrianoRockSilva
18-06-18  19h31min


O manto de Thanatos


Nasce o dia e o poema e ambos
se desfalecem ao cair da noite.
Nasce a vida e a riso e ambos
se esvaem quando a penumbra de
Thanatos os cobre com seu manto fúnebre.

Viver não é passar o tempo.
É preciso sapiência
para desfrutar do presente
de Chronos.
  
AdrianoRockSilva
18-06-18  19h06min

O cansaço de Mozart


Não deixo Mozart em paz.
Todos os dias o obrigo a executar
suas peças, sonatas e coletâneas,
até sua total extenuação.
Deus me livre de ser imortal
ao ponto de declamar meus poemas
pela eternidade.
Deus me livre.

AdrianoRockSilva
18-06-18  18h05mim

A fome



O desejar eu não sei,
mas a fome de ti que em mim
fez morada conheço muito bem.
Sabor de um prato que ainda não desfrutei.
Ainda...

AdrianoRockSilva
18-06-18  17h56min


Mistérios de Magdala


A escrita de Maiakovski
me cansa as retinas
ao ponto de preferir
Madalena e seus mistérios.

AdrianoRockSilva
18-06-18  17h50min

Poesia tipo Pessoa


Quem é o poeta,
senão um outro que de outro apodera-se,
na tentativa vã de suprir
a falta que um outro lhe faz.
O palheiro é mais descomplicado
que a alma humana.
  
AdrianoRockSilva
18-06-18  17h:45min

segunda-feira, 4 de junho de 2018

Ode ao Regresso


Daí nos perguntamos
E refletimos sobre a burrice
Nossa de cada dia: mais vale
O silêncio da elite soando vigarice 
Ou a asnice do povo aturando um vice?
  
AdrianoRockSilva
04-06-18  21h:08min

Manias de um poeta


Que nos falte tudo ou quase;
Que tire o salário ou a data-base.
Contanto que mantenha viva a fé,
O palito no canto da boca e o café.

AdrianoRockSilva
04-06-18   19h:20

domingo, 3 de junho de 2018

Poema afago


Pequeno poema que findo
Na acanhada noite que indo
Se esvai como um doce
Afago teu em mim.
  
AdrianoRockSilva
03-06-18 00h:31min

A mordida de Moby Dick


Deitei todas a dores no frio
de uma gélida noite e despertei
com todas as pupilas dilatadas.
Onde está a Ode que me prometestes?
Fingi acreditar que o marulhar das ondas
seria suficiente para fechar todas as cicatrizes.

Quem sabe um Soneto...
Uma estrofe ou uma rima rica...

A necessidade de ti
me faz manter o Norte,
dentro desse oceano repleto de Moby Dick.
Uma mórbida e incipiente vontade de
deitar fora essa âncora que me sustenta,
apenas para medir o quão profundo
és tu ó mar de meus desterros.

Levai-me ó mar
Lavai-me ó mar

E que assim finde todas as intempéries.
Adormeço no aguardo da tua resposta.
  
AdrianoRockSilva
03-06-18   00h:13min   



Insuficiente


Lacrimejam as rosas
ao sabor do sopro de outono,
enquanto das janelas
ouve-se o cantar vibrante das aves.
Deitei minha pena
e passei a aguardar o cair das folhas,
enquanto a certeza da tua migração
afagava minha angústia.

Nunca é suficiente
Nunca o é
Nunca.

Veja o brilho que cai do firmamento
Ouça o soar constante e inebriante
ecoando dentro do que sentimos.

Nunca é suficiente
Nunca o é
Nunca.

Amar é um passo que se dá o escuro.

AdrianoRockSilva
02-06-18   23h:43min 

Atirei, amada Lília


Com carinho ao poeta Maiakovski

Atirei, Lília. Efetuei todos os disparos possíveis,
contudo, o amor ou a divina providência,
não permitiu que extinguisse meus dias.
Atirei, Lília, atirei.
Como posso eu, nessas manhãs cinzentas de julho,
respirar o aroma das ruas
sem o sabor da tua presença?
Atirei, Lília, atirei.
Ser poeta apenas, não basta.
É preciso morrer pelos braços hiperbólicos
da poesia ou ser salvo
por tua ligação dizendo “espere por mim”.
Atirei, Lília amada, atirei.
E confesso arrepender-me
de não tê-lo feito antes.

AdrianoRockSilva
28-05-18   08h:52min