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quinta-feira, 8 de abril de 2010

Ao verme

Ao verme?
Sim, ao verme, amigo.

Ao mesmo verme que roeu as frias
carnes do defunto-autor.

Ao mesmo que dançou
a macabra dança do ventre perante Sousa.

Ao mesmo que espreitou dos Anjos,
loucamente faminto, desejoso de suas carnes.

Ao verme que me consumirá,
não importa se hoje ou amanhã.
Ao verme que se alimentará
de nossas carnes impuras ou pagãs.

Que venha o sedento sugador
dos suculentos e saborosos corpos:

Corpos dos novos
Corpos dos velhos
Corpos das virgens
Corpos tão belos
Corpos infantis
Corpos primaveris
Corpos tão corpos

Aromáticos doces, frescores juvenis.

Venha verme vadio e
varra a vida que me viu passar tão vil
pelo vasto mundo dos Raimundos e Josés.
Venha! E simploriamente lhe concederei
minhas frias carnes,
pois já me remexo nesse féretro fétido no qual me puseram.

Venha! E cumpra tua tarefa
tão árdua e ao mesmo tempo necessária.

Venha verme e alimente-se uma vez mais,
pois bem aventurados os que têm um verme para roer-lhes as carnes, porque eles serão libertados.

Penélope S.S.
8-10-8 23:35

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