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domingo, 3 de abril de 2011

p o e t a torto

Sou um poeta torto:
escrevo, escrevo e não conserto
meus pensamentos.

Sou um vivente angustiado
que não consegue decidir
entre o ficar e o partir,
entre o amar e o fugir.

Estando sempre entre dois polos,
me encarrego de tentar seguir equilibrado,
mesmo que por singelos momentos.

Mas, às vezes, meu trapézio é traiçoeiro
e me joga ao chão quando estou bem lá no alto,
quase livre.

Caído, não sinto dor,
apenas uma forte sensação de abandono,
enquanto ouço os risos da plateia,
que me olha com desdém.

Sou um poeta torto: não consigo, ao menos,
manter-me ereto em meu palco.
Sou torto como meu verso.
Esse que tanto prezo e desprezo quando estou furioso.

Sou torto, triste, traiçoeiro, tirano.
Sou trapezista do verso e do reverso.
Sou da nova tropa... do livre escrever.

Penélope SS
19/10/07 18h:33

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