Eu sou o miserável que vaga
no vago da noite, procurando espaços,
brechas onde ninguém mais deseja habitar.
E lá, no mais recôndito e gélido canto,
canto minhas dores: dores de outrora
e dores de agora.
eu sou meu próprio miserável
sou meu próprio Jean Valjean
meu réu e meu carrasco.
E, ainda que sinta a doce presença
da amada, mesmo assim ainda
me sufocarei com meus próprios
pecados libidinosos, pecaminosos,
aterrorizantemente guardados
em minhas lembranças.
Que sangre o obscuro pensar.
Se em nós, todos os desejos são possíveis
então, saiamos por aí,
na tentativa desenfreada de realizá-los.
Penélope SS
5-2-10 00h:50
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