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sábado, 9 de abril de 2011

Nós ou poesia fragmentada ou hiatos poéticos

E o dia. E a noite. E as horas.
Tudo me causa vertigem,
porque me parece haver alguma coisa de você que ainda não se foi.
E as nuvens. E os carros.
Até as buzinas alardeiam aos quatro cantos que algo se quebrou.
E sabemos que o céu é um ótimo lugar para se estender uma mensagem.
Nós.
Há tempos não usamos esse pronome.
Há tempos não sabemos mais quem é: nós.
Até os verbos já surgem no passado.
Um passado muito mais-que-perfeito.
Muito mais que pretérito.
Um passado que... perdera-se.

Uma ruptura se deu e não se sabe bem precisar o momento exato.
E não me pergunte com esse olhar inquisidor;
você também não saberá precisar a separação das almas.

O nós se fizera eu/você.
Os sonhos se partiram em pedaços de um quebra-cabeça.
Deus se encarregou de dissolver os desejos unidos em vontades singulares.
No fim das contas a culpa é sempre de uma terceira pessoa: Deus ou Destino.

E o dia é novo. E a noite é nova. E tenho todas as horas.
E a cama está mais espaçosa do que antes.
Mas mesmo assim não consigo dormir.
Me falta um eu que se foi e é você.

Penélope SS
11-10-10 12h:19

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