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domingo, 3 de junho de 2018

Atirei, amada Lília


Com carinho ao poeta Maiakovski

Atirei, Lília. Efetuei todos os disparos possíveis,
contudo, o amor ou a divina providência,
não permitiu que extinguisse meus dias.
Atirei, Lília, atirei.
Como posso eu, nessas manhãs cinzentas de julho,
respirar o aroma das ruas
sem o sabor da tua presença?
Atirei, Lília, atirei.
Ser poeta apenas, não basta.
É preciso morrer pelos braços hiperbólicos
da poesia ou ser salvo
por tua ligação dizendo “espere por mim”.
Atirei, Lília amada, atirei.
E confesso arrepender-me
de não tê-lo feito antes.

AdrianoRockSilva
28-05-18   08h:52min

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