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segunda-feira, 25 de novembro de 2019

O fado de todo César

O vaga-lume luzi dentro da obscura teia
Guiando os passos do cego que tateia,
Tropeça e aos trotes segue a alcateia
Extasiada pelo doce veneno de outrora.

Ora, ora, quem diria... é chegada a hora
Do passo às caravelas? Tempo da Aurora
Reversa? Ora, ora, eis que em nós aflora
A chaga maldizente da ceifadora senhora.

Lume o vaga-lume diante da negrura treva
Que a galope vibrante espalha danosa erva
Pelos arados, prados e Senados. Eis névoa

Turva; mãos e braços ao redor de César
A ceifar o kaiser, enquanto na ilustre fresta
Da História lapida Brutus sua adaga lesta.

@adrianorocksilva
13-11-19 23h40

Desevolução


No vazio do eco, ecoa a ode do riso
Falso, bem como dentro do aviso
Onde o abraço destila a dor do siso.
Mordida sem dó na face de Narciso.

A mágoa se faz clara na face da água
Turva onde o reflexo expõe toda chaga              
Humana. Milhares de anos e ainda nada
De evolução. As mesmas falas, bravatas

Repetidas aos idiotas de plantão. Ei-los
Todos de mãos dadas, na trama diária
Ordinariamente orquestrada. Acre ária

Uníssona de salvadores históricos; hilária
Pregação autoritária a nós pacóvios párias.
E assim caminha o Homem sem rédea nem freio.

@adrianorocksilva
06-11-19 21h40min.    

Perspectiva filosófica


O ponto inflexível do pensamento
É a medida em que, além do lamento
Frio da reflexão, fixamos no firmamento
Toda certeza falha de um momento

No tempo e no espeço, onde
As horas esvoaçam e o bonde
Lotado de tristezas e braços
Segue nos trilhos de aço,

Aos berros e aos prantos.
Quem ouvirá nosso canto?
E o sofrimento humano, tanto
Agrupa quanto desumaniza,

Tanto avança, quanto desliza
E no fundo oceânico paralisa
Toda vida esperançosa. Assim
Pensei que assim seria o fim.

@adrianorocksilva
04-11-19 22h07min.

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Dia


É dia no dia que o dia apresenta.
Nas falas e barulhos que o nascer
do dia expele.
Nos sapatos e pneus ruidosos,
apressados, mal-humorados.

É dia quente no dia que ninguém
percebe que já nasceu. É dia nascente,
pois a noite se fora, discreta e acolhedora.
Mas o dia passa em branco
para os que dele não se dão conta.

Passa o dia, triste e angustiado;
Passa o cotidiano dos transeuntes;
Passa a vida, na rapidez de um bom-dia;
Passa o poema na vista tardia do dia.

@adrianorocksilva
28/10/19 7h30min


As Asas de Ícaro


Ao longe nos leva o sabor do desejo,
Na busca infinita do gosto da brisa
No rosto. Aos céus, desejosos pelo
Encantamento quimérico, concisa

Força posta nas asas libertárias
De Dédalo. Aos céus, aos sons
Das árias de Apolo, busca-se o dom
Infindável da liberdade, na solitária

Imensidão do horizonte. Voar, subir,
Flutuar sobre o firmamento e fluir
A latente vontade, imensa ânsia de ir

Onde sopra a doce voz da criação;
Onde o calor é reconfortante e a unção
Materna o casulo uterino da concepção.

@adrianorocksilva
28-10-19 7h50min

segunda-feira, 14 de outubro de 2019

Desterrado


Aqui, ali, acolá.
Ao poeta importa mais
A caneta que a bandeira.
Pátria é uma invenção
Humana para fazer os
Homens se autodestruírem por
Algo que nunca terão.

@adrianorocksilva
23-09-19 22h55min.

Cutelo


Se há tiranos e tirania
Deveriam haver rebeldes e rebeldia.
Mas onde estão que não os vemos.
Nem um grito ou lampejo.
O Homem domesticou-se
Ao ponto de calar-se,
Enquanto os dentes podres
Do carrasco sorriem e desdenham
Do enforcado.

@adrianorocksilva
23-09-19 22h05min.

domingo, 18 de agosto de 2019

Madre


A minha amada mãe Cícera

O cheiro do abraço mais demorado
É o que se guarda quando não mais
Se pode tocar aquilo que deveras amamos.

Sigamos em frente,

Com a fragrância materna
Em nossas retinas alagadas
E nossas lembranças imortalizadas.

Não há rima que justifique a ausência.

AdrianoRockSilva
18-08-19 20h54min

O semeador de Vênus


Homenagem a Vênus

A musa usa o poeta
Como o campo ao semeador.
Cuida-vos,
Então,
Da tua roça.

AdrianoRockSilva
18-08-19 20h41min

Asseio universal


Goteja a humanidade suas descrenças
E suas heresias,
Enquanto o Olimpo prepara,
Em silêncio,
O asseio Universal.

AdrianoRockSilva
18-08-19 20h38min

Poesia hermética


Toda poesia cabe
Dentro de uma fagulha,
Desde que o poeta
Seja o alimentador da lareira.

AdrianoRockSilva
18-08-19 20h34min

Cotidiano



A retina cansa diante do óbvio
E mesmo assim,
Segue o dia,
Sem a menor importância
Se há mais chuva do que brilho.
A vida não perde o sono por nossa causa.
Ela apenas segue e segue e segue.

AdrianoRockSilva
18-08-19 20h30min


A canção da Guilhotina


Poema inspirado na obra O Último dia de um Condenado (Victor Hugo)

Passou por mim um cortejo errante
Apressado, agitado, rumo a lâmina cortante.
E luzia ao longe afiado o cutelo
Brilhante, ofuscante, amoroso anelo  
Aguardando a vida para infligir flagelo  

Passou o cortejo que uníssono cantava
A plenos pulmões e as ruas agitava: 

Não é do interesse de quem oprime, ser oprimido
Não é do interesse de quem julga, ser julgado
Não é do interesse de quem condena, ser condenado
Não é do interesse de quem mata, ser matado

E por onde passavam, essas palavras gritavam
Alertando a todos do perigo vindouro
Pois a toga e o cifrão são escudos de ouro
Que perpetuam a vida dos safos, mas não as dos tolos.

AdrianoRockSilva
13-08-19 22h26min.

segunda-feira, 5 de agosto de 2019

Banquete Antropofágico


Devorem-se todos
Até que nada mais reste
De carne e sangue.

Até que o DNA se esvaia pelos ares.
Comam-se todos,
Numa carnificina infinita,
Regada a hipocrisia e guardanapos.

Enfartem-se com estômagos e vísceras;
E quando não mais houver,
Invadam outros mundos,
Outras constelações, outras galáxias.

Divirtam-se e devorem-se
Numa antropofagia distorcida
E milimetricamente programada por CPUs.

Findo o azul e a infinidade oceânica.
Aplausos para a única espécie
Que devora a si mesma: O Homem.

AdrianoRockSilva
05-08-19 10h05min

Poesia noturna


A Vênus, musa dos meus versos

Noturnamente,
Chegou-se a mim a palavra.
Era sono em minhas têmporas
E todo silêncio vagava solitário

Pelos corredores da casa.
A poesia é assim.
Vai chegando e chegando,
Sorrateiramente,

Até que o encanto doloroso
De sua inebriante lira
Nos ensurdeça.

Toda palavra dita é bendita,
Mas a palavra escrita
Dentro da poesia é por demais erudita.

AdrianoRockSilva
04-08-19 22h27min

Pêndulo histórico


Vão-se os anéis; ficam-se os dedos
E novos anéis são postos.
Assim segue o relógio torto da História
Marcando seus dias e noites
E reprisando suas épocas.

Triste pêndulo manco que marca
A todos com sua correria em círculos.

Erramos; concertamos; esquecemos
E tornamos a errar.
A mente humana é um engodo
Onde qualquer idiota planta uma ideia
Com um pouco de estrume e alguns
Pingos de H²O e eis que ressurgi uma floresta
De falácias e verdades absolutas,
Até que um Novo Lenhador ceife os ponteiros
Tortos e cíclicos desse tenebroso pêndulo.

AdrianoRockSilva
29-07-19 17h07min.

segunda-feira, 29 de julho de 2019

Jornal Jacobino


Jornal Jacobino

Vendo o jornal do dia
E toda pompa dos oradores
Em suas assertivas certezas,
Não sei bem, mas, de repente,
Não mais que de repente
Me bateu uma saudade de
Maximilien François Marie Isidore de Robespierre.

AdrianoRockSilva
22-07-19 20h30min


Não é culpa de Gonçalves Dias (poema subversivo)


Não é culpa de Gonçalves Dias (poema subversivo)

Minha terra tem bananas e bananais
Tem patetas e patetais
E embusteiros aqui e ali
Brotando aos cachos,
Em matas e matagais.

Terra fértil é a Ilha de Vera Cruz
Onde se descobre o que já se tem
E com espelhos e rezas subvertem
Os daqui e os de mar-além.

Minha terra tem jacas e jaqueiras
Tem palmas e palmeiras
E soberanos e soberaneiras
Numa redoma redonda ao redor
Das fogueiras, professando aos surdos
Suas geniais palermices, asneiras.

Minha terra tem de tudo
Tem versado e bobo-sábio
Messiânico muito astuto,
Sabido, feito termo anacoluto.

Aqui, de tudo já se viu
Desde anúncio feito em carta
Oferecendo a D. Manuel
Um terreno promissor
Com vista pro mar, chamado Brasil,

Até gente que não tinha alma
Trazida, vendida, morrida, ressurgida.
Mas confesso, pasmo, não encontrar elo
Em ouvir baratas aplaudir chinelo.

AdrianoRockSilva
22-07-19 20h10min

A Carolina


A Carolina

A incrível escritora Carolina Maria de Jesus

O que se vê
quando os olhos são apenas olhos?
Ao redor de onde estou as cores
nunca são apenas cores.
O som da chuva cai de um jeito
que meus ouvidos se enchem de alegria.
Mas ninguém nota.
Viver é bastantemente interessante
quando saímos a caça da nossa Moby Dick.
Viver é bastantemente bom se nossa mente
estende seus braços aos nossos desejos.

Escrever só é fácil para quem lê o escrito.
Mas escrevo, escrevo e escrevo.
O som das vozes saindo pela boca
das minhas criações é o eco que manterá
minhas palavras vivas indefinidamente.

AdrianoRockSilva
05-07-19 21h:10min

Frases de Neil Young


Frases de Neil Young

Ao redor das convicções absolutas
estamos todos embasbacados e
andando em círculos como ídolos sem plateia.
Mudamos de estação
sem perceber o cheiro das flores
ou o calor solar.
Cansei de olhar e não ver
E de ver e não pode pegar.

Sentei minha certeza
num banco de praça e me fui.
Desatinei o muro ao redor
de meus pensamentos
Não mais voltarei.

AdrianoRockSilva
05-07-19 20h10min

História do Brasil


História do Brasil

Desde a chegada salgada
dos bem vestidos
Por estas banda;
Desde quando nos cobriram as
vergonhas com suas
vergonhas mais vergonhosas;
Desde quando pintaram os oceanos
com o vermelho dos
Homens e Mulheres de fibra inquebrável;
Nunca mais a noção de nação se fez aqui.

AdrianoRockSilva
26-05-19 21h17min.

A flor


A flor 

No cair da tarde avista-se o solfejar
Das pétalas ao sabor do vento.
Ali, onde não se espera brotar
O viver, eis que vivencia-se o nascer.

Uma prova divina se ergue por entre
A miséria humana; um suspiro celestial
No caos incontrolável do século final;
Abriu-se terra e céu; despiu-se o véu

Da humanidade para admirar a criação
Mais perfeita. Com brilho nos olhos
E um frescor nos lábios a Flor nos

Enche as retinas de esperança; unção
Sublime erguida na égide fria do asfalto.
Louvado aquele que vê além percepção.

AdrianoRockSilva
24-04-19 22h:28min

segunda-feira, 22 de abril de 2019

Poesia, Poesia


Poesia, poesia
Moendo noite e dia
Na medula, na alma
Na piscina, no mar
No chuveiro, na bacia

Poesia, poesia
No som da folha
Na retina que espia
Na luz que irradia
Minha vida vazia

Poesia, poesia
Na voz que ecoa
No abismo infinito
Na existência opaca
Que o poema alumia

Poesia, poesia
Uma rima tua
Numa noite de lua
Cheia, escrita na rua,
Salvaria meu dia.

AdrianoRockSilva
22-04-19 09h:25min

segunda-feira, 1 de abril de 2019

Corda bamba


Passo a passo diante do espaço em branco.
Trôpego, cambaleante, feito equilibrista
na corda bamba da vida.
Poeta que não tropeça,
não desperta para a pedra no caminho.

AdrianoRockSilva
21-02-19 23h14min



Relva


Soa a voz
Distante e firme
Ao longe, dentro da lembrança
cortante do ar e da respiração doce.

Soa o som dos pés deslizando sobre a relva

Soa dentro de quem espera o chamado
angustiante da saudade que nunca finda.

Houve tempo
Houve ânsia
Houve dúvida
Houve o que mais não há

Lancei-me no abismo do teu abraço
Deixei-me sobre teus cuidados

Soa agora apenas o ofegar saciada e
Sutilmente escorrendo por entre nós.

AdrianoRockSilva
21-02-19 23h40min


Not Pretérito


O medo medonho
Do caos nas esquinas
Nos salta aos olhos
Nos soa aos ouvidos
Nos gela o peito.

O medo do pretérito
Nos ronda a morada
Nos sussurra à noite
Nos vigia nos becos
Nas entradas e saídas.

Todavia, contudo
Porém, embora

Haja força na voz
Haja luta na cara
Haja amor no cantar
E o gritar que não para.

O medo medonho
Não sabe onde entrou
A guerrilha é tamanha
Que o medo findou.

AdrianoRockSilva
27-03-19  20h50min.


Orla de Maceió


Homenagem a orla mais apetecível que há
e onde tenho o imenso prazer de exercitar-me

Na brisa de teu mar corro
Seguindo tuas curvas
Enquanto pintas o mar com teu doce sal azul.

Ah! Orla tua; que dentre as mais belas, desfila o ímpar de ser a bela-mais.

Amo-te por tua grandeza
Amo-te por tua alvura
Bela orla, musa pura
Faço-me súdito de tua nobreza.

Gotejo meu suar em teu corpo
Nas idas e vindas, subidas, descidas
Ofegantemente ao sabor do calor teu

Esgoto meu ser ao bel prazer de saber que a ti faço bem;
Julieta dos mares, eis-me aqui, teu Romeu.

AdrianoRockSilva
27-03-19  21h10min.


O poeta e a aurora


O poeta labuta
Dia-a-dia na luta
Noite-a-noite no frio
Solitário e vazio.

O poeta caminha
Na estrada, na linha
No trajeto do mar
Sem destino; sem par.

O poeta não cansa
Nunca perde a esperança
Da aurora mais bela
Rebentar-lhe a janela
Pondo fim à andança.

AdrianoRockSilva
27-03-19  21h40min.


Rainha invenal


Bastou-me a observação
Nos cantos risonhos dos teus
lábios confessionais.
Assim, ao ver-te navegar em cintilantes mares.
Assim, ao sentir o sal de tua chegada ao porto aberto de meus braços.

Bastou-me uma lembrança tua
para revisitar nos gavetas empoeiradas de meus pensamentos
a jovialidade de tuas alegrias.

Basta-me o dia
Para correr ao teu cais
Basta-me a noite
Para banhar-me em tua pele lunar
Basta-me o adocicar de teus sussurros
para lançar-me ao oceano feito Ulisses
apaixonado ao singrar os mares de Poseidon,
mas certo do amor real
De sua amada musa
Penélope, a rainha invenal. 

AdrianoRockSilva
31-03-19  20h48min.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

Os amantes de Vênus


A musa de sempre Vênus

Curvou-se o dia
E as estrelas abriram seus lábios
Iluminando o negrume da estrada
Por onde caminhava o triste poeta.

Ergueu-se a lua
Majestosa e pálida como uma estátua
De Vênus, como se descida do próprio
Olimpo.

Matou-se a vontade dos amantes diante
Das testemunhas celestiais, selando
As cicatrizes e fazendo fruir as quimeras
Internas até o saciar completo dos corpos.

AdrianoRockSilva
21-02-19 21h:05min

No fim das contas


A minha amada e eterna mamãe Cícera.

Ainda que a brisa arrefece o penar
Ainda que o sopro alcance o cansaço
Ainda que as vozes gritem na direção contrária
Ainda que o ainda perdure dentro das horas

Ainda sim algo se moveu quando não deveria
Ainda estamos presos num tempo imóvel
Tentando dar um passo além da névoa turva
Tentando suspirar nesse lago frio e deslizante.

O que será dos sorrisos congelados mirando
Através das árvores, na penumbra noturna
Que nos vigia, trazendo pelo ar um fel

Amargo e gutural? Estamos como folhas
Soltas, vagando ao sabor acre de Éolo,
Fadados a sentir tua ausência até o fim dos dias.

AdrianoRockSilva
21-02-19 20h:40min

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Madre


É longa a noite quando se há perda.
E seguem-se os dias cobertos por névoa lacrimosa,
por mais que brilhe o sol.
É infinda e perene a fenda do vazio materno;

E infinda a saudade do cheiro doce na cozinha
e da voz vibrante ecoando pela casa.
Ao longe, no mais ermo destino,
para além da montanha que te vela,

sopra uma brisa mélica,
espalhando teus pensamentos
e tuas alegrias através da infindável

passagem de Chronos, enquanto cá marcham
impiedosos os dias e as noites, castigando-nos
com teu afastamento.

AdrianoRockSilva
21-12-18  22h:07

A constante presença de Vênus


Gotejam todas as fontes
no limiar da vida que escorre
por entre as lembranças
dos lábios doces e vis.
Quem dirá o dito dos sonhos
e todas as quimeras acordadas
nas madrugadas adentro?

Quem trará os cobertores?

Será tua voz, ó musa,
que despertará em mim
o fluído vital e poético que
ao percorrer meu âmago
e minha mente castigada
por tamanha vontade de cantar-te
e levar teu riso e tuas rimas e
tua suave brisa com o sabor dos campos?

AdrianoRockSilva
22h:18mim

Calmaria


Não mais a pressa.
O correr ofegante e desenfreado.
Deixo aos jovens o tropeço e o desejo
desesperador de abraçar o Mundo.
Quero um passo e outro passo e outro passo.
Um tijolo e outro tijolo e outro tijolo.
Assim erguerei meu muro;
minha casa; minha obra.
O tempo é risonho
aos que sabem flertar com ele.
Respiro atentamente, enquanto
vejo passar diante de mim
a suave brisa dos anos.
Levai-me doce musa da Noite;
levai-me... levai-me. 

AdrianoRockSilva
25-11-18 22h:00