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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

No fim das contas


A minha amada e eterna mamãe Cícera.

Ainda que a brisa arrefece o penar
Ainda que o sopro alcance o cansaço
Ainda que as vozes gritem na direção contrária
Ainda que o ainda perdure dentro das horas

Ainda sim algo se moveu quando não deveria
Ainda estamos presos num tempo imóvel
Tentando dar um passo além da névoa turva
Tentando suspirar nesse lago frio e deslizante.

O que será dos sorrisos congelados mirando
Através das árvores, na penumbra noturna
Que nos vigia, trazendo pelo ar um fel

Amargo e gutural? Estamos como folhas
Soltas, vagando ao sabor acre de Éolo,
Fadados a sentir tua ausência até o fim dos dias.

AdrianoRockSilva
21-02-19 20h:40min

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