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domingo, 18 de agosto de 2019

A canção da Guilhotina


Poema inspirado na obra O Último dia de um Condenado (Victor Hugo)

Passou por mim um cortejo errante
Apressado, agitado, rumo a lâmina cortante.
E luzia ao longe afiado o cutelo
Brilhante, ofuscante, amoroso anelo  
Aguardando a vida para infligir flagelo  

Passou o cortejo que uníssono cantava
A plenos pulmões e as ruas agitava: 

Não é do interesse de quem oprime, ser oprimido
Não é do interesse de quem julga, ser julgado
Não é do interesse de quem condena, ser condenado
Não é do interesse de quem mata, ser matado

E por onde passavam, essas palavras gritavam
Alertando a todos do perigo vindouro
Pois a toga e o cifrão são escudos de ouro
Que perpetuam a vida dos safos, mas não as dos tolos.

AdrianoRockSilva
13-08-19 22h26min.

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