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sábado, 7 de abril de 2012

Futuro do presente de um amor pretérito (à musa)


Deitar-me-ei de uma vez por todas
já que não há mais o calor de teus braços
a me envolver;
Calar-me-ei de forma finita,
ainda que queira gritar teu nome,
mais uma vez, a todos;
Fechar-me-ei em mim mesmo e serei
apenas lembrança do que fui um dia;
Xingar-te-ei com todas as minhas forças,
mesmo com minh’alma estilhaçada
e gritando em mim ainda teu último suspiro.

Amanhã será o primeiro dia
do verão mais chuvoso que sentirei;
louco, sairei às ruas com meu guarda-chuva
sempre armado, esperando que a chuva
me traga a lembrança do nosso primeiro beijo.

Amanhã te juro que não será fácil
ser como os outros, enquanto dentro de mim
os cacos de minh’alma me devoram
e me condenam a inúmeros sete anos sem ti.

Deitar-me-ei de uma vez e findarei
a visão de tua face lívida e cândida;
o aroma de tua doce pele;
o sabor de tua flesh inconfudível;
o ouvir-te divinamente impura no ápice do prazer;
o tocar-te na certeza de infinitamente
ter-te em meus braços,
agradecendo à Afrodite
tua permanência ao meu lado.      

Penélope SS
7-4-12   00h:52

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