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quinta-feira, 26 de abril de 2012

Vida galharda


A vida me fez assim: estranho e só;
filho sem teto, caminho sem fim,
amargura fria, dor de flor,
anjo sem asas, triste serafim.

A vida me fez errante: deserto infinito,
calor sobre o peito, fogo intenso e constante.
Delírio de Otelo, morte anunciada,
traição condenável, amargura ingrata.

A vida me pregou uma peça: felicidade é não ter,
correr para quê? Por que tanta pressa?
A mim o que me falta é o que me interessa.
O que tenho já é meu,
esqueço um pouco a galharda vida,
tenho fome quero provar teu viver à beça.

Penélope SS
22-4-12    22h:39  

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