Teoria e prática
A Karla P
Saí da teoria e agora me vejo prática,
antagonicamente estática nas ideias e ideais.
Me fiz mutante, relutante nas convicções
que ainda carrego em mim.
Sou toda ímpar, transeunte, passante nesse caminho
maçante.
Abandonei, por fim, as regras enfadonhas.
Tristes certezas dos empolados de plantão,
com suas regras e ternos, e seus conselhos maternos.
Saia de mim a matemática urbana das construções
e seus catetos empoeirados, amassados pelas mãos dos
rebeldes.
Eca pra física que complica meu tempo.
Deixem-me olhar o dia, seus raios e nuvens, meu sol e
chuva forte.
Atravessei a rua e me vi distante das dores e odores dos
inúteis.
Relutância minha, essa tentativa de fuga.
Corro e corro, cada vez mais e mais, sentindo-me
ofegante,
arfante e inconstante.
Hora agora de ir embora e em boa hora me visto,
bato a porta e sem me despedir caminho pelo caminho só,
olhos fixos na luz noturna e fria.
Saio daqui e desse palco me despeço,
grata pelos gritos e flores;
Cantar é ser o ser mais desejado por outros
Cantar é se doar a quem não conhecemos
Cantar é ir até a outra margem dos sonhos e
de repente, não mais que de repente, voltar.
Penélope SS
11-10-15 21h:11
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