A cantante de noite
A Karla P
Eu vivo na noite,
nos palcos dessa cidade espalho meus gritos e sussurros.
Conto histórias, invento memórias.
Nas noites mais frias, aqueço minh’alma,
transpiro meu corpo, saltando, suando, vivendo e
morrendo
nesse imenso palco iluminado, o qual chamam de vida.
Eu morro durante o dia,
guardo-me e recolho minhas forças para as horas mais
noturnas que virão.
O sol que saia e procure por outros,
pois o calor do meu corpo vem das estrelas e da lua,
que cheia me abraça, enlaça minha existência soturna.
Escura a noite na qual me lanço em seus braços;
Agarrando-me com afinco a ti, enlaço meu laço em teu
abraço;
Firme me tomas e me jogas aos encantos teus;
E me vou, sempre irei ao encontro de teu chamado, amada
noite, deus
De meu Olimpo, clara ideia de eterna,
a prata de tua cor fascinou minhas retinas,
fazendo-me menina solta em teus zunidos,
zumbidos, alegres e cantantes, óperas de meus tablados,
amantes, amados, finados e findos os espetáculos que
ministro.
Eu vivo na noite,
sou dela como ao prisioneiro a cela,
e me faço culpada, para sempre retornar,
e em teus cuidados ter parada.
Penélope SS
20-9-15
22h:36
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