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segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Diástole

Diástole


Que chuva a cair em meu telhado.
Gota a gota, molhando e cumprindo seu papel.
Assim, lavando e levando consigo impurezas diversas;
folhas, galhos, restos, sobras, terras.

Que chuva a cair em minha mente.
Gota a gota, me fazendo retroceder;
lembrar fatos e fotos e rostos e lábios e braços e promessas.
Outrora chovia sempre em meus pensamentos,
mas, por hora, apenas goteja;

Que tanto de outrem a chuva me trouxera agora.
Unhas e cabelos; gostos apetitosos.
Que tanto de ti me transborda,
cai de meu ser como as gotas que do teto descem.

Que dizer de tanta amargura;
quando um não quer o outro vira e cala.
Continuemos nossa vida paralelamente às águas;
paguemos nossas contas e deixemos ao Firmamento
a decisão de decidir por onde seguiremos,
após dispersarmos nossos sonhos.

Agora, quão de nós é um e não dois?


Penélope SS

24-1-15   18h:59 

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