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segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Ando meia jururu

Ando meia jururu

Homenagem


Ando meia jururu. Assim... assim...
Demasiadamente ansiosa por novidades
em meu quarto e em mim.
Ando pelos cantos da casa e
pelos meus próprios cantos.
Recôndita em meu corpo tão meu;
tão complacente (meu corpo) com minhas dores
que já nem o escuto.
Ando meia jururu comigo mesma.
Tão cheia de mim que até chego a discutir
com a imagem que me olha nesse espelho
celestialmente transparente.
Ando meia jururu com minha religião e com meus dogmas.
Mais um pouco, e os mandarei às favas.
Ando e caminho e me sinto assim, ultimamente.
Tropeçando em meus próprios pensamentos,
todos jogados no vão dessa casa imensa chamada eu.
Ando tão meia jururu que começo a falar de mim
como se eu fosse outra; hóspede em minha própria morada.
Ando tão meia jururu que comecei a negar minha voz.
Ando tão meia jururu que de mim mesma já ri
e me fiz promessas de vindouras visitas.
Oh! Sol de cidade lagunar:
quanto de teu sal,
são lágrimas de minhas agruras diárias.
Ando, sim, meia jururu por hoje.
Mas andarei amanhã, por aqui, por ali, por acolá,
Risonha e límpida; ofegantemente gritante
com minha arranhada voz novamente ecoada
aos quatro ou cinco ventos,
usando de minh’arma mais poderosa:
FE-LI-CI-DA-DE.


Penélope SS

3-2-15  23h:11   

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