O saber ir (trajeto de min’alma)
A alguém especialmente distante
Saber que o ir é certo e incerta a dor
latente em nós,
aguda e funda e intensamente latejante.
Que dirão os anjos quando me virem?
Que palavras serão cantadas em memória
de mim?
Saber que finito esse viver
e certo o porvir dos céus.
Mas e obrigatoriamente
o saber doar-se e o brotar-se
por entre as mentes e corações.
O saber inserir-se
O saber permanecer internamente
em outrem
que em nós
uma vez concedida a estadia,
acolhido o afago,
morada fizemo-nos.
Deixar ir e manter-se perto.
Alegre contraste de antíteses humanas
e alegoricamente metafísicas.
Sejam nossos olhos as vozes;
o elo com os amores mudos
e as palavras ao redor,
nessa incontável sala feita de livros
e vocábulos que ao penetrar em mim,
tornam-se e tornam-me eu.
Saber querer o conforto do abraçar
o mais íntimo de quem se ama
e desejar ficar quedar aqui no recinto
amado
por um tempo mais que estelar;
eternidades cósmicas e camadas e
camadas
de pura vida, pós-vida e pós-lágrimas
e findar-se ao fim do dia.
Jaz meu eu no dia mais ENSOLARADO
e o lago largo dos risos será de mim
percurso;
trajeto de min’alma.
Penélope SS
28-11-14 00h:24
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