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sábado, 29 de novembro de 2014

Enigmática Monalisa a mirar-me

Enigmática Monalisa a mirar-me


Mesmo estático, move-se o belo e enigmático sorriso.
E o contrastar dos intensos lábios com a suave-ingênua
doçura dos alvos dentes, faz de ti musa minha;
Monalisa de minha arte;
Parede onde fixo tua pintura.
Deixai cair sobre tuas retinas
as finas madeixas que recobrem tua imagem;

Ai de mim que fixamente miro-te e,
ao flertar com a imensidão luminosa de teus olhos,
vejo-me tão distante de onde piso que suspiro e
aspiro meus próprios pensamentos,
tentativa vã de me transportar para dentro de tua imagem.

Sabes bem que em ti cabem todas as forças
e toda poeira infinitamente angelical.

Como pode o estático mover-se
tanto diante de meus oculares globos?
Como podem as pedras se moverem
tão singela e vagarosamente sobre os campos?
Como pode tu, ser-de-luz, irradiar tamanho brilho
a ponto de querer saltar de onde estás?

O fascínio da arte consiste em:
Tornar vivo o imóvel;
Tornar próximo o distante;
Tornar vivo o inerte;
Tornar um o dois.

Penélope SS

25-11-14  00:06 

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