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terça-feira, 10 de julho de 2012

Sê tu o meu saciar


Sê só minha ó doce-fruta de meu pomar.
Sê o pão que me sacia a fome;
a água que me cessa a sede.
Sê a calma para minha frenética angústia.
Sê o conforto para minh’ alma;
o refresco para meu ardente queimar;
Sê tu ó musa; sê tu o amainar de minhas dores;
o aplacar de meus temores;

Intermitentes desejos;
ardente libido que me fere, pulsantemente,
desde que em ti pus meus olhos.
Desde que em mim puseste teu cheiro de ninfa;
tua pele marmórea, nívea feita a neve; ó minha Vênus de Milo.

Sê minha e somente minha durante
estas poucas horas em que estamos tão próximos;
Sê minha e somente minha durante esta curta existência;
Sê minha e somente minha, ainda que outrem a desejem;
Sê minha e somente minha, uma vez que há pressa em mim em possuir-te.
Sê minha e somente minha, pois é visível, em mim, o desejo de ser teu.

Sê minha Marília; minha Capitu
Minha Dulcinea dos prados, eterno azul
De meu céu; ó querida noiva, véu
Que a imaginação me fascina; terno-meigo-sorriso
Sê tu de meus olhos a menina.

Penélope SS 
9-7-12  14h:14     

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