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sábado, 12 de novembro de 2011

Poesia cabralina (Homenagem a João Cabral de Melo Neto)

Eu que não quero um poema cabralino
Cheio de não ao sim, corrompendo o lindo
Azul do céu com suas formas secas, maldizendo
O amor, renegando o torpor lírico, apetecendo

Tudo aquilo que já não sente. Eu, que me perco
Em meio a Gregório e Bandeira, talvez seja um grotesco
Ao renegar a bela faca-só-lâmina estendida por famoso João;
Ao rejeitar ideias mil: pedras, edifícios marmóreos, um chão

Batido numa terra seca, um Nordeste forte, canino,
Com raiva nos dentes, latindo alto, voz de Severino
Que ecoa na grande metrópole. Cantas teu hino

Louvado Neto e finges que o mundo é uma enorme
Roda gigante em preto e branco, com ferrugem e disforme,
Enquanto eu, levando a vida em tela colorida, me conforme.

Penélope SS
21-10-11 23h:14

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