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domingo, 25 de dezembro de 2022

Desserviço

Desserviço

 

Fazer poesia é, de longe, um grande

Desserviço a humanidade.

Aconselho-te a edificar prédios, casas, centro de compras.

Assim terás teu nome escrito aos montes em placas de ruas,

Nas praças verdes dentro das cidades;

Nas câmaras e assembleias imprimirão títulos e honrarias

Para serem fotografados em tuas mãos de inovador, futurista até.

 

Deixe a poesia a quem o ócio é amigo fiel.

A quem de tanto divagar chega a dialogar

Com o mundo abstrato dos seres e objetos.

 

Deixe que a poesia se acomode nas folhas

Dos que imaginam a queda da pluma na

Chegada imperceptível da primavera,

Enquanto os passantes se apressam;

Se esbarram;

Tentativa vã de chegar onde ainda não sabem.

 

E mesmo ao canto mais belo da ninfeta

Anunciando a beleza doce da poesia,

Passarão os viventes, comumente, dia após dia

Sem reparar na magia fecunda e extasia

Que exala a firme e vital pena do poeta.

 

@adrianorocksilva

25/12/22 09h57min

 

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