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domingo, 25 de dezembro de 2022

Nunca me fiz de rogada

 Nunca me fiz de rogada

A Hilda Hilst

 

Falei a todos o que quis

Dos meus versos incompreendidos

Ficou a compreensão

Dos enigmas que sempre às claras deixei.

 

Da Casa do Sol repleta de vida e som;

Do verso que me vinha às pressas.

 

Escrever não é labuta.

A inspiração sempre foi minha primeira estrada.

Depois o debruçar nas palavras. Desentortá-las.

 

Nunca dancei como mamãe desejava.

Meus pés foram feitos para a liberdade da terra.

Por isso as sapatilhas nunca me caíram bem.

 

A papai que tanto amei,

Me fiz escritora para nivelar-me ao seu labor.

E laborei deveras durante minhas décadas de existência

Para ao final de tudo chamarem-me: hermética.

 

@adrianorocksilva

25/12/22 6h20min

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