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domingo, 18 de dezembro de 2016

Ferreira

Ferreira

Ao imortal poeta Ferreira Gullar

Angustie-me ao te ver partir
Tal qual aflição de mãe; e assim
Fiquei, no mais alto grau do penar
Mirado tuas vestes, teus versos, teu olhar.

Angustie-me ao te ver tão silencioso
E quieto; mãos poéticas; voz de brado.
Quisera eu prolongar-te o sopro, o sobrado.
Todavia é findo o vital fardo. Porém brioso

É teu legado e tuas palavras. Atemporais
São teus versos, obra ímpar dentre as imortais,
Figurando em linha de frente, atenta ao combate

Ao grito, ao certeiro tiro. Tempos de embate
Que em outros tempos vencestes, mas que por hora
Aquietai-vos a pena, serena e brilhante feito Aurora.


Penélope SS

18-12-16   7h:55

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