A visita de Otelo
Ai de mim que não sou eu
E na penumbra das horas me torno ser
Inculto e oculto; Otelo de minhas dúvidas: ter ou não
ter?
Eis o desejar de minhas retinas fadadas e fatigadas.
Apogeu
Meu que alcança, lançando-me aos refletores e o mais.
Ai de mim que não me descubro em meio a tantos
E infinitos olhares; diria mais luminosos, caudalosos
até.
Contudo, ainda simpatizo com meu espelho; reflexo
Do eco estridente e vibrante que hora apossou-se do nexo
Interior cuja habitante sou. Devaneios, floreios de mente
A vagar por pensamentos de outrem; erroneamente
Vaguei; campos e arados; firmando meus pés em solo
Cultivado por mãos estrangeiras; Otelo! Otelo! Consolo
Minhas retinas e minhas agruras diante do vasto
E infinito; quisera eu saber o que de mim serei... ou não
serei?
Penélope SS
22-10-16 22h:53
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