Humanos
Olhares se cruzam e
vidas se imbricam todos os dias
nas quentes ou
frias ruas das cidades.
E os homens andam e
correm para seus empregos
e para suas esposas
como exatamente nos idos mais remotos.
E suam seus corpos
e procriam e povoam o inchado planeta
e na medida do
impossível buscam ser humanos.
Pernas e braços e mãos
e abraços,
constantemente indo
e vindo; e indo e vindo;
e dizendo “bom dia”
sem ao menos saber o nome do interlocutor.
E os humanos tentam
a todo custo ser mais humanos;
E as mulheres
tentam educar seus filhos, exatamente como foram;
E os homens assinam
papeis em branco.
E pagam suas
contas.
E vão todos ao
centro de compras, como no idos mais remotos.
E os poetas,
insanos dos tempos modernos,
buscam e rebuscam
explicação para a paranoia humana.
E buscam em vão,
pois nem Freud explica a falta de calor entre os primatas de terno;
E buscam em vão,
pois nem a medicina cura o desamor cotidiano.
Olhares se cruzam e
vidas se laçam e enlaçam
E todos somos parte
da imensa roda gigante
Ora embaixo, ora
encima;
Ora rindo, ora
lacrimejando.
Ser humano é acima
de tudo andar em círculos.
Ser humano é ter
labirintite cotidianamente.
Penélope SS
28-9-14 00h:02
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