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domingo, 28 de setembro de 2014

Humanos

Humanos


Olhares se cruzam e vidas se imbricam todos os dias
nas quentes ou frias ruas das cidades.
E os homens andam e correm para seus empregos
e para suas esposas como exatamente nos idos mais remotos.
E suam seus corpos e procriam e povoam o inchado planeta
e na medida do impossível buscam ser humanos.
Pernas e braços e mãos e abraços,
constantemente indo e vindo; e indo e vindo;
e dizendo “bom dia” sem ao menos saber o nome do interlocutor.
E os humanos tentam a todo custo ser mais humanos;
E as mulheres tentam educar seus filhos, exatamente como foram;
E os homens assinam papeis em branco.
E pagam suas contas.
E vão todos ao centro de compras, como no idos mais remotos.
E os poetas, insanos dos tempos modernos,
buscam e rebuscam explicação para a paranoia humana.
E buscam em vão, pois nem Freud explica a falta de calor entre os primatas de terno;
E buscam em vão, pois nem a medicina cura o desamor cotidiano.
Olhares se cruzam e vidas se laçam e enlaçam
E todos somos parte da imensa roda gigante
Ora embaixo, ora encima;
Ora rindo, ora lacrimejando.
Ser humano é acima de tudo andar em círculos.
Ser humano é ter labirintite cotidianamente.

Penélope SS

28-9-14    00h:02   

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