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domingo, 29 de janeiro de 2017

Perséfone

Perséfone

A Egar A. Poe


Deitei-me em tua gélida alcova
E espreitei tuas retinas, na espera
De resposta, oh dama sombria.
Dizei-me! Dizei-me! Quão

De meu sofrimento te alimenta o seio?
Quão de minha angústia fúnebre veio
Destinada a guarda tua? Reviro-me
Em teu féretro mas é vã toda luta

Uma vez que em mim sinto teu abraçar
Libitina Perséfone, a mirar-me nesse
Ataúde transpassado de tua presença.

Deitei-me em teus braços, funesta deusa
Deixei-me seduzir por teus globos pungentes
E me fiz teu amante, na longa noite regente.



Penélope SS
21-1-17 19h:33

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