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sábado, 5 de setembro de 2015

Febre

Febre

A Karla Pinheiro


E a febre louca, insana, me toma as rédeas,
Me engana. E aqui, na torpe loucura de meus delírios
Me vejo às escuras, quarto fechado, tempo aberto
Aos devaneios.
E o corpo todo ainda suporta meus ais, meus sais,
minha quimera desesperadora.
Árdua tarde que teima em manter-se longa
Árdua garganta que não me deixa gritar
Árduo ardor de dor e suor e imagens,
fantasmas ao meu lado e por todos os cômodos.

Incômodo dia, noite de solidão.

Teimo, em meio a tudo que gira,
A não ceder espaço ao cansaço
E nem criar lamúrias, agruras
Internas e profundas.
Quero mais o salto, o risco e o precipício
Mais o samba que a valsa
Mais o bamba que a balsa
Mais o carnal, carnaval

Remediavelmente livro-me das dores
e as cinzentas cores se dissipam feito nuvens,
levando consigo todos os motivos encobertos de minhas amolações.

Livrei-me do caos e do mal pungente,
latente, que havia, por hora, tornado
meu eu em pleno desgaste.   


Penélope SS

4-9-15   23h:09

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