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sábado, 17 de janeiro de 2015

Serventia

Serventia

Homenagem à poeta das imagens

Não me serve a palavra que pede licença.
Que se cobre de rodeios, sem direção,
nem mira certeira.
Gosto do direto.
Do reto. Do claro e fixo.
A palavra foi feita para ser clara.
Definição de outrem. Quem a lê que a decifre.
De minha parte, sou portador de minhas mal-ditas-linhas.

Não me serve a cara fechada.
Goze primeiro e depois me venha contar suas fantasias.
Poema torto; tortuosamente bêbado;
tropeçando em pedras pontiagudas,
prontas ao bote.

Não me serve a política.
Paletós alinhados e carteiras batidas.
Impostos; impostores e impostômetros.
E, por fim, no fim e ao fim, tomam-nos até nossos centavos.
Tomates aos pobres e ovos aos ladrões.

Não me serve nada.
Por hora quedo-me mudo e incompreendido.
Basta-me silenciar e ouvir meu suspiro,
que ainda não foi privatizado.

Não me serve o não.
Bata a porta e suma.


Penélope SS

17-1-15   21h:41   

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