Serventia
Homenagem à poeta das imagens
Não me
serve a palavra que pede licença.
Que se
cobre de rodeios, sem direção,
nem
mira certeira.
Gosto do
direto.
Do reto.
Do claro e fixo.
A palavra
foi feita para ser clara.
Definição
de outrem. Quem a lê que a decifre.
De minha
parte, sou portador de minhas mal-ditas-linhas.
Não me
serve a cara fechada.
Goze primeiro
e depois me venha contar suas fantasias.
Poema torto;
tortuosamente bêbado;
tropeçando
em pedras pontiagudas,
prontas
ao bote.
Não me
serve a política.
Paletós
alinhados e carteiras batidas.
Impostos;
impostores e impostômetros.
E, por
fim, no fim e ao fim, tomam-nos até nossos centavos.
Tomates
aos pobres e ovos aos ladrões.
Não me
serve nada.
Por hora
quedo-me mudo e incompreendido.
Basta-me
silenciar e ouvir meu suspiro,
que
ainda não foi privatizado.
Não me
serve o não.
Bata a
porta e suma.
Penélope
SS
17-1-15 21h:41
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