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sábado, 26 de dezembro de 2020

Volta

 

Corria às pressas a pressa toda ofegante

Nas margens da folha lisa; enquanto vagante

Ideia florescia no ócio laboral do pensante

Sem a menor pressa de ser parida.

 

Batia à porta o desejo, todo afobado e ansioso,

Clamando, na súplica tensa do fantasioso

Poema, uma saída para tamanha vertigem

Que o consumia desde o fim até a origem.

 

Fremia o poeta com tamanha cobrança:

De um lado a pressa com agitada ânsia;

Do outro o desejo e sua insegurança;

Ambos a oprimir o siso versado. Ganância

 

Vaga e chula; parca e rasteira...

Poeta nem tem pressa, nem afogo

Tanto faz calmaria como arroubo.

Poeta é casa aberta, sem eira nem beira.

 

@adrianorocksilva

27-08-20 11h56min

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