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domingo, 5 de abril de 2020

Náusea


Poema em homenagem a Jean-Paul Sartre

Desci todos os degraus
e caminhei pela longa avenida.
Mesmo com a náusea a me lembrar
de todas as vozes e rostos que deixei
para trás.
Pronto estava para seguir a trilha
tortuosa das ruas frias e
nebulosas de Paris.
Somente me atrai o aroma dos cafés;
o sabor do sal nos acompanhamentos;
braços; óculos.
Peguei minha conta;
fiz gesto de comprimento;
voltei à minha máquina de escrever.
Agradeço infinitamente
a companhia noturna da náusea.
Conversamos sobre as teorias mais intrigantes;
os astros e todos os anéis de Saturno. Sei lá;
Desci meus óculos e bebi minha última xícara de café.
Dormirmos e imaginamos outro poema:
Eu e minha náusea.

@adrianorocksilva
12-03-20 20h33min   


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