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sábado, 13 de junho de 2015

Quimera maceioense

Quimera maceioense


Caminha pela erma lua,
Chutando suas latas, rua a rua,
Ela que nada mais sabe sobre como ser livre.
Porém, ademais de todo duvidar, querer gritar
Aos demais e tais, não o faz por desejar
Não acordar quem em sonho, assim como
Ela, está.


Penélope SS

9-6-15   16h:27

Jardim suspenso

Jardim suspenso


Abriu-se uma fresta e fui por
Onde meus pensamentos de dor
E cura me impuseram. Firme, cor
De cinza em minhas loucuras

Mas segui e quis segui. Assim
Somos, nesse imenso lar azul
Rodeados de céus e terras. Eras
Tu tão cor de mar que embriagavas-me

Em tua espuma. Ressaca doce, em fim.
Abriste-me teus braços e abraço teu, beautiful.
Abriu-se aqui uma fresta de sol, e minhas heras

Expus, jardim ermo que zelo com afinco e apuro.      
Lhe digo, nobre outro, que ver se ir é mais duro
Que não querer mais estar: plantas, lábios e fim.


Penélope SS

9-6-15   16h:09

Red

Red


Havendo dores?
Que haja, que dilacerem entranhas e glóbulos,
todos os caminhos que levam ao sofrido coração.
Havendo dores?
Que haja rios e mares
Que haja purificação no fim de todo penar.

Rio minhas agruras e amarguras
Por entre ruas e brumas
E pontes que me transferem do fosco ao red.

Quem disse que aqui estou?
Há horas distantes durante o duro do dia;
Há versos que vareiam e varrem o vislumbre
Dos meus pequenos olhos tristes.

Acinzentei-me
Contrastei-me
Tornei-me lente
Calmamente
Pacientemente

Deitei-me e aguardei o fim da neblina;
Refleti enquanto fora do meu refúgio
Se debatiam os sábios e incultos.

Findo est


Penélope SS

8-6-15   00h:07

Outside

Outside


Do outro de mim há magias
as quais você ainda não se apercebeu.
Guardo todo encantamento juvenil
todavia transpiro minha força, ira e determinação,
quando necessito.
Transpasse minha fortaleza
e saberás do que realmente sou capaz.
Miro o que me agrada e foco minhas frases
e voz e lente e pensamentos em cada objeto de meu desejo.

Atravesse-me,
erga sua Roma e torne-me
infinitamente gigante como Alexandre.

Minhas paredes selam meu reino.
Minhas tintas colorem meu império em preto e branco.
Minhas ranhuras tatuam-me feito Gladiador.

Do outro lado de meus olhos há tristezas e sal
Feito Tejo, Nilo e Amazonas.
Do outro lado do meu cheiro há odores de dor
E amor a quem me decifrar.
Do outro lado de mim,
que rio sou,
há margem límpida e doce.

Apontar-te-ei o caminho
Sigais e saberás do que sou feita.


Penélope SS

7-6-15  22h:41

Louco

Louco


Swingo no som do sopro,
vento que do norte vem.
Louco soprano, voz de trovão
e tempestade de notas:
todos os sons converto em alegrias.

Guitarras ensurdecedoras,
luzes noturnas e suores nos lábios;
beijos e cordas,
e alto-falantes a gritar urros de prazer.

Swingo onde me permitem mais intenso.
Faço-me astro e ilumino tua celeste
e encantadora maravilha.
Entendas o que digo, pois explicar-te não irei.
Far-me-ei de tolo, enquanto me olhas;


Penélope SS

7-6-15   22h:06

Quarto vivo

Quarto vivo


Brilha todo azulejo,
e descrevo minha ânsia
Dentro desse quarto,
onde repouso meus quadros
E minhas madeixas;
Brilha a brancura alva,
enquanto remexo ideias vagantes;
Deixei cair alguns sonhos,
e rapidamente me pus a sonhar outros.

Aqui, nesse mesmo quarto, onde brilham as pedras,
me recolho
Encolho e me aqueço.

Deixei soar algumas frases;
Deixei escapar algumas fraquezas;
Fi-lo porque qui-lo
E eis que me ergo
Me reparo

Encaro o brilho marmóreo
E pedra a pedra, fortaleza minha reconstruo:
Alta, na mais alta montanha.

Entendo-me, deito-me e protejo-me em meu brilho
Próprio.


Penélope SS

1-6-15  23h:47

Amplamente EU

Amplamente EU


Minha poeira é minha casa.
Nela canso, descanso e me refaço
Clara e ampla, esguia e imperial
Firme, mantenho certo meu traço
Faço de minh’alma inquebrável aço.

Eu, assim, na iminência de tudo que venha
Mantendo armas apostos;
Olhos atentos e sentidos vivos.

Eu, assim, interligada com minha existência
Tão sóbria e onisciente.
Eu, mirando todas as possibilidades.


Penélope SS

1-6-15  23h:19

Encaracolei-me

Encaracolei-me 


Encaracolei-me nessa teia só minha
Aqui tenho todo alimento e sou rainha
Do que digo, penso e faço. Querido, tarde
Já é, e as luzes apagam-se, enquanto arde,

Uma a uma, todas as memórias de um dia
Chuvoso. Águas rolam, límpidas, frias
Morro abaixo; cerra acima. Vento, nuvens,

E as telhas cantam, assoviam a palavra EU.
Abrir a janela, me parece a melhor escolha.
Deixar Alice ir-se; casulo partido e larva

Convertida em beleza: borboleta real
Quantas cores tenho em minhas asas majestosas?
Quantas flores serão minhas amantes, neste jardim?


Penélope SS

01-6-15  22h:59 

Mãos, cabelos e pensamentos

Mãos, cabelos e pensamentos

À artista Jennifer Yamashita

Cansei-me de todas as vozes e gestos e sons.
Temporariamente quero ouvir-me.
Sentir o que de mais galáctico há e se move em mim.
Tocar-me, toda minha essência expelida.

Cansei-me das alegrias temporárias, casualmente extasiantes.
As ideias que trago em minhas madeixas,
tornam-me, injustificadamente, única.
Ser daqui e de lá;
espacialmente ampla: Regai-me cosmos.

Cansei-me dos outros; carnes e ossos.
Brilho? Alguns.... Apenas.

Ainda desejo a amplitude espacial;
ser, inteiramente, livre e unida aos anéis de Saturno.
Ainda miro o céu dos meus dias;
Ainda conto as incontáveis estrelas;
Ainda desenho na areia a face enigmática do celeste.
Ainda me sinto viva: Atmosfericamente star.


Penélope SS

29-5-15 23h:59